sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

G 103 (O Polaco no Paredão)

Um certo João que o vento carregou



o saltimbanco
João Bello
bebeu muito da água
na nascente do sonho

sua cabeça nas nuvens de algodão
onde seu colorido chapéu alcança
faz a mão da memória bordar a lua
faz de cada pessoa uma criança

bela folia o João nos principia
espanta até banzo de Angola
ilumina em todas as caras um sorriso
quando canta cantorias na viola

eita João me faz perder a vergonha
me faz perder o siso, eu preciso...

um feliz 69 !



                                  Edu Hoffmann

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

domingo, 26 de dezembro de 2010

sábado, 25 de dezembro de 2010

" e um menino pequeno os guiará" 
                                   ( Isaías, 11:6 )
 
As crianças têm o próprio tempo.
O relógio, o calendário não fazem sentido. Se os usam, serão apenas brinquedos.
O olhar delas é puro encantamento.
Enquanto adultos veem obrigações e responsabilidades do tempo, as crianças veem todo o trajeto da vida.
O olhar infantil sobe e desce desvendando misteriosos voos, asas, ruídos, cores, formas e cheiros.
Todos sabemos que a infância é o período mais poético do ser humano, mas a vida adulta insiste em suprimi-la o mais rápido possível.
Apesar de sabermos que para entrar no paraíso deveremos ter um olhar de criança, tornamo-nos cegos.
E as enchemos de brinquedos, cada vez mais virtuais, para que parem de olhar por aí, bisbilhotando mundos inúteis.
Para quem, com olhos infantis, observa o mundo, não esqueça de deixar renascer a criança dentro de si. E, dê-lhe a mão e brinque o Natal.

Deisi

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

O mundo antes de 2012

A Retirada

PERSONAGENS:

BOOZ
AMIGO DE BOOZ
VAGAMUNDO
GERTRUDES
ELA
O CÃO DISSE


- Estou aqui penso em que posso servir. Venho de longe, obtenho a experiência das andanças. Nunca vi gente mais perdida. Eu pelo menos tenho o dom da jornada, não me apego aos amores, mesmo já tendo pêgo. Já provei o gosto do pêssego. E sei que hoje vagar é meu último toque de recolher. E assim, não tenho predestinações, só uma convicção: a terra. Ela te dá o de comer e água de beber. Não preciso de esticas, não preciso da elétrica. Vivo vinco de sol, adormeço em noite que meço estrelas. Adoeço para me curar. E todo dia é diá, disse o vagamundo ao tascar uma mordida na fruta.


Talita Morais

sábado, 18 de dezembro de 2010

cervejas & bocetas

olá
cervejas e bocetas
é dia mundial de cervejas e bocetas
& carros atravessando
& de provar o que realmente somos
como somos bons filhos
com namoradas trazendo amendoim
e cervejas & bocetas
& de gritar ao país cervejas & bocetas
colocando tudo em cartazes
para que nossos bons herdeiros
aprendam cervejas e bocetas

bom dia liguem a tv
está passando cervejas e bocetas
agora temos a bocetaloira
dando em cima da bocetatudo
e as duas amam a máquina de comer bocetas
ela come qualquer boceta num raio de cerveja
bocetasruivas bocetasnegras
bocetascurvas bocetasujas
bocetasretas
bocetaslimpas
bocetasabismo com
uma centena de doenças morando
bocetas bocetas
várias bocetas em livros
em filmes & bares
o império das bocetas
o mundo inteiro ajoelhado
diante um monumentoboceta
desejos projetados
vodka
silicone
tudo em função da boceta perfeita
do cheiro da boceta perfeita
do riso da boceta perfeita

olá

há uma nova boceta
há milhares de novas bocetas
bocetas & cervejas
produzidas aos montes
em série
em litros
a verdadeira massa de bocetas
tantos dólares euros reais
e alguns cents centavos
para comprar a boceta ideal
a boceta de platão
a boceta de hegel
a boceta da academia
a boceta da lanchonete
a boceta boceta boceta
cerveja
cerveja saindo da boca de um bebê
cerveja cozida
mijada
litrosa como um gozo fora da boceta
cerveja de adão antes da queda
& de jesus cristo
cerveja do banquete da traição
& cerveja da morte
cerveja para beber diante uma janela na lituânia
ou na guerra da palestina
cerveja para judeus
cerveja para nazistas
cerveja para derramar na boceta
cerveja do primeiro imigrante
cerveja do homem ilegal
cerveja de turcos otomanos
cerveja para putas
cerveja para uma arma calibre 22
cerveja de abraham lincoln
cerveja de holandeses
cerveja de tecnologias digitais
cerveja de pedro álvares cabral
cerveja de pedro de alcântara francisco antônio joão carlos xavier de paula miguel rafael joaquim josé gonzaga pascoal cipriano serafim de bragança e bourbon
cerveja da sessão espírita
sêmen celestial
corpos de gatos apodrecidos aguardando a cerveja adubo
cerveja de líqüido inocente
de vulva
de cinzas
de ex-escravos ainda escravos
cerveja da estratificação social
boceta da primeira queda
boceta novamente
boceta da volta ao redor de si mesmo
boceta da iniciação
boceta do dicionário
boceta do rico sem pênis
boceta do rico sem sedução
boceta de um milhão de diamantes
boceta do oeste
boceta do leste
boceta do velho oeste
boceta de quadrinhos japoneses
boceta de david bowie
boceta da exploração marciana
& cerveja
cerveja cerveja cerveja
& boceta
boceta

Augusto Meneghin

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

"O primeiro castigo após a dominação das máquinas"

agua forte e agua tinta (aluminio) 2010

do pó ao éter

morrem sonhos
assim como nascem
criancinhas
os anjos mais medonhos
também têm suas asinhas
temperamentos esquentados
matam a sangue frio
espíritos gelados
põem mais corda no pavio
ao ardor dos ardis
sucumbe a nossa sina
no fim, vermes escarnecem
no fino ofício da canificina

Chico Capetão
"Tudo isso não deveria poder durar; mas vai durar, sempre; o sempre humano, é claro, um século, dois séculos...; e depois será diferente, porém pior".

Princípe de Salinas.

O leopardo.Tomazi di Lampedusa.
Trad.Marina Colasanti

domingo, 5 de dezembro de 2010

O dia em que a rua tomou os palácios

Repórter, bastante nervoso, feito refém, dá as notícias. As rádios, tevês e jornais estão sob o controle do caos:

“Vila de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais urgente! O Oil Man tomou a Prefeitura em uma bicicletada de sábado! Repito: a Prefeitura está com o Oil Man! Aviso aos estudantes: passe livre é toda sexta lá no terreiro do Pai Maneco. Vão de bike que é melhor.

O transporte coletivo caiu nas mãos da Maria Louca (não é quem vocês estão pensando, é aquela dos strip teases em terminais e coletivos da cidade). Nem toda nudez será castigada. Central, ela não está para brincadeiras! Não tentem nenhum truque!

Vêm do Afonso Pena relatos de que o Pretinho-Imitador-de-Boeings infiltrou-se no Aeroporto. Ninguém entra. Ninguém sai. Ele emite sons estranhos da torre. Câmbio!

Rumores rezam que a Mulher de Plástico juntou-se aos catadores de papel e está neste momento em reunião na Vila Capanema decidindo o que fazer com todo lixo da cidade, incluso o meio campo do Paraná Clube. Reciclar é preciso. Câmbio!

Batista de Pillar está com todos os poetas da cidade no Largo da Ordem. Eles são perigosos! Com eles estão ainda os zumbis do Pshyco Carnival que descem do Cemitério Municipal.

Efigênia e Hélio Leites lideram passeata do botão rumo à Pedreira Paulo Leminski, seguidos por todo o bloco Garibaldis e Sacis. É o caos, senhores! Repito: não tentem nenhum truque!

O Polaco da Barreirinha aliou-se à Anã Eslava. Distribuem sonetos e gritam impropérios em língua estranha. Tradução: ‘Casei com um polaco depois do quinto uísque, e até hoje não sei pronunciar meu sobrenome!’ (versão do Maxixe Machine)

Inri Cristo invade a Catedral! Só sai de lá se o Papa vier ao seu encontro. Quem quiser que vá se queixar ao Bispo. As beatas vibram mais que malaco em festa de São Francisco.

A velhinha do Borboleta 13 pousa no Jardim Botânico. Traz consigo o bilhete premiado e o jacaré do Barigui. Ademir Plá fechou os pedágios com canções de protesto. A cidade está cercada! A Ópera de Arame terá seu arame eletrificado. Repito: eletrificado! Todos planejam uma nova Agenda Arte. Repito: uma nova Agenda Arte!

Nero está na linha. Liga em desespero do Rio. Quer participar da festa, botar fogo em tudo. Alô, Nero! Ninguém entra! Libertado. Próximo!

Mazzinha, Ministro das Forças Desarmadas (segundo o Solda) e irmão do Mazzão Vozeirão-Sobrancelha, invade o Museu do Olho com o grupo 10enhistas. Porções de buchinho à milanesa do bar do Edmundo dão sabor ao novíssimo vernissage.

É erguida uma estátua da Gilda defronte o Palácio. Os poetas já beberam demais. Repito: a cidade está cercada! A nova ordem está instalada. Ninguém entra. Ninguém sai. Câmbio final!”

O Vampiro assiste a tudo de sua janela, no Alto da XV. É Atletiba, deve ser. Um sorriso lhe vem. Fecha a cortina, desliga o rádio e volta a um mini-conto genial de tão bestinha.



Flávio Jacobsen

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Mosteiros da boca maldita

Lembro do arrozal rajado de tigres em que adormecia a olhar o céu: que minha única tarefa, nesse mosteiro com neve pelo telhado, é varrer os cacos do buda para debaixo da chuva. Daqui escuto a missa das melancias. Há quem no silêncio do poço do mosteiro. Se mirar dessa janela se vê a ciranda das andorinhas, pois agora é quase amanhã. E há o louco que atira pedras na vidraça. O sacerdote que vem nos contar, todos os dias de finados, que sonhou que rolava uma imensa cabeça ladeira acima e que, lá no topo, a cabeça voltava a descer e ele, o sacerdote, recomeçava o eterno castigo. E assim, nessas enevoadas tardes observo, dos livros da biblioteca, o imóvel. A madre superior, sempre que percebe que a cárie fede em sua boca, ordena o castigo abrupto: bebam desse mar gelado o sal que ele, o mar gelado, é, nada mais, nada menos, que a vossa própria sede. Depois ordena que descansamos as mãos na ária da lira. O sacerdote, que sonha eternamente que rola eternamente uma cabeça morro acima, pede que tocamos, no rádio, dentro da névoa, quartetos de Béla Bartók. O que reclamamos muito, pois sabemos, a pele da música, em sua essência, não me lembro se foi Schopenhauer quem falou, é intocável, e quartetos na névoa é um mistério insuportável. Eu gosto muito é de ler, dos livros proibidos, histórias de mulheres que, à beira do Saara, bebiam, da moringa, a água. Depois, sob severos açoites da madre por ler livros proibidos, adormeço e sonho que beijo a neve dos cabelos daqueles velhos da Boca Maldita. De um deles carrego a dentadura cravada no flanco, pois ele me chupou a coxa, o brinco, a barata do esgoto. E assim são os dias no mosteiro, num filme não iniciado de Federico Fellini, com pomar de pêssegos e rosários de farpas, amém.


Lídia Lessa

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

sexta-feira, 26 de novembro de 2010


no jardim das delícias vivas

um amor thelema
para o dia de todas as almas
o beijo com efeito de morte súbita
no corpo pentagrama
da manhã

para libertar aqueles que partiram de nós

enquanto o mercado de flores veste os mortos
a terra nos deixa despidos
no jardim de bosch
com olhos sonâmbulos

na fumaça de café
um silencioso alfabeto de punhais
nomes relâmpagos apunhalados no ar
e outros aeons surgindo
arcanos elétricos
na repentina legião de delícias
celestes
para dois

compondo novas formas de vida
uma letra musical para cruzar o oceano
uma poesia para selar o livro secreto
uma lei qualquer
que não nos mate

sobreviventes
sob vontade


Andréia Carvalho

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Reitoria da UFPR - Curitiba

ARQUITETURA DA DESCONSFRUIÇÃO

Era fumaça em gelo seco
Onda de magma – rocha em lava
Quanto mais oculta no beco
Mais revelava

Duma pelugem colorida
Ou fofa nuvem branca e preta
A retina não consolida
Nem interpreta

Proibido fruto – vinha da ira
Quer fosse só a mira da vinha
Ir e vir viram vira-vira
E assim convinha

Se as suas luzes vissem dar
Hostes aureoladas em horda
São abstrações que o paladar
Morda e remorda

Enfim festim vamos manter na
Fusa – confusa sala russa
E a face à mostra que ela alterna
Nua debruça


Ivan Justen

http://ossurtado.blogspot.com/2010/11/arquitetura-da-desconsfruicao.html

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

vou sonhar a pedra do teu coração...

vou sonhar a pedra do teu coração feito um martelo no linho obscuro da pérola: se deus falasse, ficaria calado: ela é o próprio mistério dos sinos todos de todas as catedrais: à noite ela deita a tessitura da cervical na grama fria: eu queria atravessar teu peito com esse arpão sagrado que é a palavra: e se casei com a noiva da neve, foi para que me soprasse: o gelo: no gelo do coração: a língua gelada na nuca fria: assim ela entraria em meu coração: com o sono do chuveiro espalhado na pele, vestiria toda a nudez quando sai da toalha molhada e atravessa o filme do Fellini já gagá entre a névoa: filma essa música espalhada na paisagem: um deus caído, que se falaria, preferiria ficar calado, chupa a chuva na tua coxa com brincos de coral e pérola caindo das orelhas: o arpão da língua a atravessa até o infinito: se te falo: todo o livro é uma declaração de amor, foi que chorei esses versos ainda hoje quando entravas no esquecimento de um dia de tédio: o tédio já é o deus cansado de sua falta do que dizer pois pode ser que ele desconheça a melancolia e o amor: eu entro no quarto com o chapéu de chuva atravessado com violinos de Béla Bartók: ela não acende algum cigarro: não pensa nas lamas do führer: eu bebo a água acumulada em sua clavícula.


Valor e Cultura

XVII
O cão de guarda, obedece.

O meganha: fareja a palavra fora do contexto.

Giuliano Gimenez

http://aguerradasimaginacoes.blogspot.com/

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Contextualização

Quero escrever, camaradas
Com toda saliva saindo pelo papel
Que no meu tempo
Eu
Sei das coisas

No meu espaço
Deixem-me
Que eu me viro

Agora, quanto àqueles que se fingem à minha
Pessoa
Desses que só sobre meu cuspe
Não sei mais
Da China
Os acionistas de Xanghai
Continuam a dar gargalhadas
Nem na Nicarágua
Ou da Costa Rica
Honduras anda aos prantos com Zelaya
E as Nações Unidas – meus caros,
Os mesmos que jogaram ás traças do leste
Europeu a nação dos charutos –
Clamam pela ilegalidade do corrupto do mesmo
Partido do anterior presidente

Também não sei
Se o Álvaro de Campos
É ou não Fernando Pessoa
Do mar português
Somente vejo borrascas financeiras
Nada de mulheres bigodudas com seus
Pasteizinhos de Belém
Mas o Álvaro – meus caros – sabe bem o que dizer
A esta era:
“nuncaconheciquemtivesselevado porrada!”

Que se vão para o espaço todas essas lantejoulas
Do anos 90
E que se vá para órbita
Como Yuri Gagarin
O cosmonauta soviético
Herói nacional
Essas ações Lehman Brothers
Esses títulos de créditos do governo norte
Americano
Os imóveis hipotecados de Wall Street

Essa rua de paredes
Rua The Wall – totalmente adequado aos padrões
Floydianos
Pedra sobre pedra se erguem esses burgueses
Pedras retiradas da muralha da China
Pedras de crack roubadas da Rua Riachuelo
Pedras de gelo das banheiras militares
Pedras doiradas do caminho maravilhoso
Do Mágico de OZ!

Então, camaradas
Peguem suas máquinas
Tirem esses óculos
Limpem essas lágrimas
Desfaçam todos os laços
Que essa existência é um ócio

Somente a luta é que dignifica
A luta é sempre sanguinolenta
Consome os dias como o fogo consome
Oxigênio
E deixa as costas duras e os nervos
Doendo
Mas é ela, camaradas
É ela! Não a mesma do Álvaro
A mesma do Alvarez
E o eco, ainda longe, respondeu:

Celso Eidt...so Eidt......Eidt
Camaradas!

A realidade só se aprende
Só se enfrenta
Defronte o espelho
É que nos vemos
A nós mesmos
E o mesmo cão
Cujas pupilas refletiam o céu
- de talvez Curitiba –
refletem agora a complexidade:
crise de dinheiro inexistente
revolta no Irã de aiatolás
China maior credor dos Estados Unidos
Brasil munidos de Odebrecht
Greve no INSS decretada ilegal por Lula da
Silva
Camargo Correia dando dinheiro ao Partido
Dos Trabalhadores
E a lista continua ad infinitum

E agora José?
E o amor?
Será simples ainda?

Riram agora, com tais palavras
Muitos Líquidos analistas
Ex – comunistas
Ex – personagens da pós-modernidade

Porém eu sei,
Camaradas
Eu sei onde está a simplicidade
Onde está a tonalidade
A dialética
A estética
A luta de classes

Itaqui, São José dos Pinhais
Vila Sabará, Cidade Industrial de Curitiba
Calçada da Fazendinha
Solo onde se deu a luz a três
Repito
Três crianças nasceram na calçada
Numa favela edificada a meio – fio

E 300 policiais, dois por cada resistente morador,
Deram conta do recado
Que liquidês há na tropa de choque versus pobres
Sem destino?
Somente se houvesse sangue
O visco líquido que o Capital aprendeu a beber
Sim José, camaradas
A luta é simples como água e pão
E reflete nas pupilas de cada cara marcada de Sol
O Povo só tem o Sol acima das cabeças
E ainda assim, canta
Mais ainda abraça o inimigo como se fosse um
Irmão

Basta de paz nessa terra!
Façamos a guerra!
Pois só pode haver paz depois da guerra
E vida na luta,
O pão nosso de cada dia
Nos dai
O pão das crianças da ocupação da calçada
Que ficaram sem comer desde às 5 da manhã
Eram onze horas
E sua fome maior era de casa
Pois haviam sido despejadas
Por 300 policiais
Às 5 da manhã

Eis o que chamam Luta de Classes
Eis o que chamam Militância
Havia vida ainda
E era só o que havia
Era só o que se via

Mesmo que eles morressem
Todos eles
Habitantes históricos da calçada
Ainda assim
Haveria ainda vida
E somente se veria
Quão lindos
Quão linda
Que peso
Que vida!


Yuri Campagnaro

sexta-feira, 12 de novembro de 2010



poema con sueños

Se fugo el sueño.
y la noche se aprovecha de eso
para hacerse la profunda,
y decirme que en ella todo se termina,
que adentro y afuera es eterna,
que ya no hay mas sol, ni mas paz,
y tampoco mas guerra.

Y no se si creerle;
Por eso le pregunte al cielo si era verdad
y él tampoco sabe si es cierto,
por eso se desespera y se precipita al suelo
con palabras que hacen un tac al llegar

(tristeza, enredadera, eterna, tac
espera, escalera, espacio, tac
sueño, intento, ya quiero, tac)

¡Y ni ese desprendimiento
hace que tarde menos en brotar!
Siempre soy un millón de años de siesta
y solo un segundo para mirar,
y despierta saber que tengo que soltar,
lo que me aprisiona, lo que me hace mal;
y despierta en ese segundo recordar,
como soy cuando creo y me creo bien,
y ahí, no antes, puede ser después,
me encuentro con mis sueños,
ellos me dan risa y quiero abrazarlos a todos
darles pan para que fuertes crezcan
darles mi alma para que solo amanezcan
darles besos para que siempre se atrevan
darles mi sangre para que hermosos florezcan
y encontrarse con mi realidad ya puedan,
que solo a veces, pero justo ahora,
está abierta y ya quiere
por cada uno, y todos ellos,
llenarse y dejarse abrazar.

Andrea Mineko

04 de noviembre de 2010
Sonido de fondo: “toda la mañana” pez
http://lovelymineko.blogspot.com/

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

domingo, 31 de outubro de 2010

K(HDR)

Igreja Ortodoxa de São Jorge - Curitiba

Bouquet

Tudo. Saindo boca afora. Todo seu poder de alienação, qualquer palavra que a boca não diga. Qualquer vibração pra dentro, os ossos sentindo o que a garganta doída engole. E mais por dentro, só aquela capacidade de mascarar o intratável e dilacerado ego: indiferença.


Não. Eu deveria dizer, como naquele movimento rápido que ‘não’ é sempre a personificação de Nice. Como verdades enviesadas por mil línguas que sempre culminarão o amor das salas de estar. Talvez não, eu ainda assim, diria algo. Porque não dizer que o que ele me dizia, lá no fundo e ao fundo, preenchendo todos os espaços vazios, nunca foram nada, além de ambientação.


Juliana Vallim

terça-feira, 26 de outubro de 2010

trabalho de parto

parto como
quem planta
de fora pra dentro
da fúria disforme
do fogo que (fátuo) afia
a faca que fura
dura feito falo
a flor da palavra

pedra

a pedra da palavra
flor
parto como
quem expulsa a dor
com os fórceps da v a g i n a

parto
essa detonação do corpo
como a rosa de Hiroxima
parto
um verso natimorto
um aborto da rima

[do riso

em estado puerperal
que arrebata o juízo

disseco meu peito
[da aorta ao
umbigo]

porque poema nenhum, jamais, nasceu
de parto normal

e assim, no cesariano contato
com cada sanguínea palavra
vejo misturar-se ao ritmo
primal algumas vísceras
do verbo entre átrios
e artérias

no percurso quase prosaico
do trígono fibroso
ao septo ventricular
até chegar irrigando róseos tons
ao tom só rubro do coração
acelerado
acelerado
acelerado
quizás tomado pelo psicotrópico efeito
de ver-se a si próprio
pulsando no papel
quizás pelo encontro inesperado
e repentino com seu amo
[que é ironicamente seu resto
e seu rosto (ou sua máscara)

e nesse mais que colorante-instante
em que o cárdio esparge idéias pela carótida
em que as veias e os vasos mais líricos
– sem misturarem-se aos venosos vãos –
arquejam por pleuras e alvéolos
ofega a máquina humana

e o poema oscila, excitado
como as ondas de um eletrocardiograma.


Marcelo Reis de Mello

http://cozinhapoesia.blogspot.com/

sábado, 23 de outubro de 2010

Vizinhos I

 Litografia em chapa de alumínio - 2010 

by Dox

Janela dos Fundos

Pára no meio do dia.
Não ao meio-dia, mas em qualquer meio de qualquer dia.
Um quadro claro de luz... a janela!
Os ouvidos passam os limites da fresta, e
a testa, um pedaço de pele tocado pelo sol.

O quase silêncio, o lugar do vento,
os fundos e as sombras dos prédios e casas,
o assobiar de mínimos erígidos espaços, calhas rangendo e a vibração do metal que dá forma aos sinos.
Um miolo desértico, muros de concreto, azulejo, limo.
Um gato vadio se espreguiça sobre a telha aquecida,
um parquinho velho, enferrujado, esquecido
no meio do miolo cercado por janelas vazias.
Janelas que hipnotizam com a dança de suas
cortinas em transe.

Os carros são ruídos longe,
como o choro do domingo e
a festa do sábado.
Assim nessa segunda, longe de um urbano frenesi,
Longe dos sons de ilimitáveis decibéis,
de passos e calçadas, motores e buzinas.
Longe da janela da frente,
a um apartamento da janela da frente.


Rodrigo Ceccon

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Objeto Voador e Outras Coisas da Terra

ponta seca - dry point

2010
 
by Dox: http://doxlucchin.blogspot.com/

Stonehenge* de Águas Marinhas

Um “Stonehenge” de águas transparentes
No oceano dos mistérios do acaso

Me visitou em sonho, ou eu estive lá.
Beleza das águas verdes, azuis e envolventes.

Linguagem primária e indescritível.
Um prazer, despertar para a realidade

Com a lembrança de um lugar inimaginável.
Mas, presente na mente,

Nos segredos do inconsciente.
Fonte das inspirações fluídicas,

Dos sonhos enigmáticos.
Talvez, dos registros "akashicos”*.


Angela Gomes

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Cracolândia

à 7palmos da esmola
ela pede súplicas
grávidas de escrúpulos
pedras e toda essa loucura todos dentro dela são alguém que não sabe amar
 
Tauã Teixeira

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

In Memorian

A morte, megera
mãe da minha dor,
levou-me um amigo.

Não o levou de todo,
tenho-o aqui comigo
:no teatro interior:

vai de bicicleta,
todo patafísico,
o meu Cláudio Bettega.
 

Antônio Navarro Lins

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

help something

vou virar prefeito
pra impedir você de asfaltar a minha rua
anticlímax perfeito
coelho ricochete
e tartaruga tuchê

mal passamos de uma carne crua
não sobrou metade da alma dua

não te quero nem como amiga do peito
imploro a chance de te perder

fomos ao fundo da sandice
confuso, confucio disse
todo mundo vai moler

Sergio Viralobos, Thadeu Wojciechowski, Magoo, Édson Vulcanis, Octavio
 
http://magoodesign.blogspot.com/

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Desde Santiago

por esas calles por
donde mistral neruda hui
dobro también
caminho
arroupado
por el azul, rascacielos
y la canción
aunque sólo
funcione por poesia (nada
quehacer?
a nadie) minha
língua
está em obras

HOMBRES TRABAJANDO

amontonado material
de construcción


Rodrigo Madeira (09/10/2010)

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Movimento:
parte do
meu eu,
em distopia,
avança pelo
tempo,
numa sinfonia
de ar e euforia,
perdido
enfrentamento
que me faz
amar e sentir o
vento a todo
momento.


Cláudio Bettega (12/06/71 - 06/10/2010)


http://www.claudiobettegaemcena.blogger.com.br/

http://www.claudiobettegaemcena.blogspot.com/
Esses gritos
tão maditos
esses sonhos
tão medonhos
são parte de
uma poesia vadia
que plantei
no meu jardim
e rego
com lágrimas
que saem de mim


Cláudio Bettega (12/06/71 - 06/10/2010)

http://www.claudiobettegaemcena.blogger.com.br/

http://www.claudiobettegaemcena.blogspot.com/

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Igreja Matriz de Santo Antônio - Lapa - Pr

Blusão

Olorum me deu
coração sem trinco
parecido portinhola de saloon

seus lábios da cor de urucum
o vento da sua saia
me acertaram feito bala-dundun

yes baby
meu coração
fez tibum !

well well well
uma estrela dependurou
na sua orelha
depois de despencar do céu

well well well
com você eu brinco
de contar carneiros
na lua, num lual, ao léu


Edu Hoffmann

sábado, 2 de outubro de 2010

Os Limites Da Cidade

"‎a poesia aumenta o território do pensável, mas não diminui o território do impensável"

Vilém Flusser

domingo, 26 de setembro de 2010

Libertação pela Simbiose Social

I.

DeFreeze , o procaz
e seu grupo sequaz
em choque com o sistema
(carcerário), o racismo
e a monogamia

usando métodos de
propaganda urbana
elaborados por DeBray,

o mesmo francês que
lutou na Bolívia
ao lado de Che,

mais a neta da nata
mídia marrom,
forjada em ouro,
seu peso em mignon

excluída à fórceps do
antivórtice w.a.s.p.,
trancafiada em armário

no mesmo dia
em que foi morto
pelo mateiro,
o “imortal”
guerrilheiro
do Araguaia,

igual boeing derretido
ao grito arremessado,
denuncia:

The United States,
contra o faminto
povo americano

The United States,
contra niggers
e seus antecedentes
africanos

The United States,
contra nativos,
ya mezclados y mestiços,
o latinos
poco nada
significativos

O casulo fascista
perdeu uma de suas
melhores artistas,

a fêmea rainha,
de morfologia
Kane.

A delivery order de resgate:
dois milhões de dólares
em arroz e carne.

Captada
pelas câmeras
de vigilância interna
do Banco Hibernia,

quer fazer beber o
cáustico inseticida
da simbiose social.

Quem é o
responsável
pelos desaparecidos
e pelas guerras,
"veias abertas"
da Latino América ?
Pela queima de
fósseis
combustíveis?
Pela extinção
inexpugnável
de insubstituíveis?
Pela mídia que
te deixa calado?
Pela corrupção
que degenera
o Estado?

"You knew, you know;
I know"

É você, meu caro!

Quando na
1466, 54 st, L.A.
a herança loxosceles
cria teia em rede nacional

& o gás "Smash"
Weapon
And Tatics
inflama piras
para retornar das
cinzas a
Inquisição

inaugurando então,
o hiper realismo,

os hereges do capitalismo
Quince, Cujo, Zoya e Gelina
já não mais fazem parte da vida

Podem dormir em paz
as colônias vespeiras
já respira melhor o banqueiro,
o empresário, o latifundiário
das terras estrangeiras;

ou quase.

Sob mantel carbônico
do sucesso
reagrupa-se a cepa
terrorista,

que deve ter lido mais
a “geração perdida”
do que “aquele que
ilumina”,


extorquem
de modo violento
15000 dólares
do “Cream”
Crocker National
Bank
ao custo de
uma vida e meia.


II.

Uma bomba que falha
sob viatura dos canalhas
zangões, e as prisões,
obrigam a nova líder
de nome Kathleen,

agora Sara,
a viver foragida
como simples
dona de casa
por mais de vinte anos

até a prisão,
depois de ter o rosto exibido
na televisão,

como nos conta
Marie Claire,
que ensina ser mulher,
patrimônio da
Hearst Corporation,

que detêm também a
Cosmopolitan
e o canal ESPN,
entre outras centenas.

Confrontam-se
Kathy and Patty
em plena sala do tribunal,
logo depois que a Al Qaeda
resolve a questão nominada
legitimação eleitoral.

Patty, já indultada
pelo tabagista
democrata;

and Sara, que passa
quatorze anos na jaula,

e raciocina:

"mesmo que a vespa disfarce,
ferrará, 
se lhe aprouver o enlace"


Ricardo Pozzo

sábado, 25 de setembro de 2010


Why? (Uai?)

Arnaldo, Arnolpho, Rita, Roberto
Quem errou?
Quem está certo?
Quem passou e deixou aberto?
English Lesson´s
What´s good?
What´s nice?
I´ m so well!
Obras de arte feita em papel
Bandos, Bandas, Bundas, Bombas!
Torres de Babel!
Ar,
Arma,
Armadura,
Pérolas aos porcos
Jogadas ao léu
Rita, Arnolpho, Arnaldo
Quem acertou?
Quem está "erraldo"?
Ops! Descuidei!
Entornei o caldo!
English Lesson´s
The book is on the table
I´m so shy
Great Gig in The Sky
Devil in all
God in Hell
So good! So nice! So well!
But...
Why?


Jackson di Pasetti

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Nostalgia da Inocência Perdida

Nunca na terra alguém amou tanto
Transformando o menino que jamais sonhou crescer
A paixão avassaladora veio como encanto
Dilacerando lentamente todo o seu ser

Agora, envergonhado esconde seu pranto
Percebe que é melhor não saber que sofrer
Decepcionado com o tempo,
o mundo e a vida que não tem sentido

Eternamente jovem, deseja apenas morrer
  
Édson de Vulcanis

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Posologia

não só o sorriso colgate,
o olhar ressentido na hora do desastre

uma saraivada de tapas nas costas,
um cartão de visitas e outro de apostas

as idéias do Nazareno, o ideal do progresso,
o nome do novo cantor do novo sucesso

a fronte que se inclina à ordem do jogo,
o carro moderno e a fidelidade ao globo.

o discurso adequado num tom de gracejo,
o desejo de ser o ser-enquadrado.

as horas contadas no feriado,
o emprego diário bem comportado.

o filho, a família, o vídeo e as contas:
a máscara da vida num conta-gotas.


Adriano Smaniotto

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Carnaval de Curitiba - 2009

Tubo de Ensaio

nesse carnaval você sai de Imperatriz
com seu nariz levantado de egípcia
de Jeep & Cia saio no zum zum zuando
com máscara de R$ 1,99

noves-fora chama o amigo Alfredo
porquê não há nada mais chato do que
o velho e engessado samba-enrêdo

peguei suas jóias botei na latinha
fiz um belo chocalho, minha Beatriz
as jóias da coroa rodaram tanto,
tanto que o samba tirou o seu verniz


Edu Hoffmann

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Criminoso

Ainda agora, aqui

um travesti matou a musa
doida e obtusa

no maior sangue frio

matou, com dolo e desvelo
alguma dor - de cotovelo -

e depois jogou no rio

o corpo da musa morta
- torta - e todo vazio


Lanóia

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Armazen

sou um ser humano
debaixo desse céu

moleque desembestado
cavalo, no signo chinês
encostado nessa árvore

carregando minha timidez
em boa parte do trajeto
um pouco esmagado
pelo concreto

sou um
cumprimentando quintais
bom dia, laranjeira
bom dia, dona camélia
com sua brancura dos anos 50

bananeira, como vai, minha brasileira ?
sayonara para as ameixas
sayonara, zen pessegueiro
com sua flor e cheiro
que haicai em meu coração

bom dia, dia
e suas nuvens
alegoria

sou um ser humano
debaixo desse céu

sou um cavalo chinês
encostado nessa árvore

sou um moleque
um pouco esmagado pelo concreto
cumprimentando quintais


edu hoffmann

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Lítio Lírio

mântrica mente ensaio
o esquizóide desmaio

a um só fato nas métricas receitas

mansa mente pauso
o lânguido repouso

a um só ato nas feéricas liteiras

todo deus invoco toda seita desafio

entre Lítios & Lírios
toda blasfêmia crio

no meu jardim viral
os sumos são de resina
citrino cítrico
lama de sal

cresce sinfônico parasita
lírico físico fatal

habita o centro algo hilário

pranto
parafernálico
alquímico
animal

no meu palácio herbário
labirinto bestiário
minotauros
de silício
são de trevas bebem terras
cospem gemas de alumínio

entre Lítios & Lírios
três caixas de metal

e toda a trindade liga furta desperta
meu arsênico arsenal

sou o químico o poeta
esquizofrênico mímico

rimando pedra
no teu florido

umbral


Andréia Carvalho


http://habitoescarlate.blogspot.com/

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

não perca! amanhã!

Brincadeira de Criança

naquela noite
ventava muito na janelinha
da criança banguela

dois apaixonados
hospedados na casa da mãe Joana
olhavam encantados
as estrelas do céu da boca

ele jurava amor eterno
prometia não mais olhar
as pernas da mesa
e nunca mais faria massagens
nos costas das cadeiras

sonhavam que iriam morar
na casa do botão
mesmo que ele, num gesto de loucura
tivesse que assaltar um banco de sangue

lá fora, o galo da cabeça via estrelas
e na boca do dia
o sol espreguiçava raios de luz

só de ver esta cena
a amada sentiu percorrer um frio
na barriga da perna

naquele mesmo instante
um pé-de-vento
rodopiava com um pé-de-valsa
enquanto a orelha de abano
voava nas asas da xícara


edu hoffmann

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Poema Bugre

o desejo e as carícias
das minhas mãos vaqueiras
aboiando
seu perfume de flor orvalhada
do maracujá

eu me arranjo
em qualquer rancho
a vida me escreve
torto
com o seu garrancho
umas rimas tortas

mi amore minha amora quase roxa
em seu regaço em seu rego
deslizam minhas margens

apaga o lampião
uma estrela na ponta-da-língua
a constelação na ponta-dos-dedos
uma serenata de lonjuras


Eduardo Hoffman
ANTE
O
CLARO,
S'INCLINA

RESSURGE
E
LH'OBSERVA

RENTE,
O
CÉU
HITITA


Carlone Machado

sábado, 28 de agosto de 2010

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

sábado, 21 de agosto de 2010

Sentimos que, mesmo depois de serem respondidas todas as questões científicas possíveis, os problemas da vida permanecem completamente intactos.
(Ludwig Wittgenstein)

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Hoje

O hoje, com a barba por fazer cheirando à nicotina,
veste a camisa desbotada dos segundos agonizantes,
molhada pelo suor da desfacelada face.

Envolto entre outros,
encontra desencontro;
rostos disformes procurando espelhos;
bocas mastigando gritos de angústia.

Felipe Alberti

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

A miséria me impede de acreditar que tudo vai bem sob o sol.
(Albert Camus)

Filhos de Anchieta

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Informes Poeteias

Convite


Lançamento do livro - Constelação de Ossos

Quando? - Qua, 1º de Setembro, 19:00 –

Onde? - Palavraria - Livros & Cafés - Rua Vasco da Gama, 165 - Porto Alegre

Quem? - Bárbara Lia



"Estrutura ficcional elaborada, em que os capítulos se sucedem em corrente límpida,

revelando com simplicidade e magia a história de vida da personagem, desdobrando-

se em uma continuidade fluida provocadora de uma leitura ávida e prazerosa.

Prosa poética plena de sonoridades e metáforas ora líricas e encantadoras,

ora duras e valorosas.

Bárbara Lia disseca um feminino sofrido - ótica da narradora – que permeia o texto,

de sensibilidades e delicadezas, violências e mágoas."

Constelação de Ossos

Bárbara Lia

(livro que abre a coleção Anáguas da ed. Vidráguas

Informes Poeteias

Oi gente, aproveito para divulgar um trabalho premiado, aqui de Curitiba, no qual eu tive o prazer de trabalhar na produção.




Abraços,



Celeste Fernandez



De: contato - Parabolé [mailto:contato@parabole.com.br]

Enviada em: quarta-feira, 18 de agosto de 2010 11:04

Para: 'Parabolé Educação e Cultura'

Assunto: Documentário Brincantes - Menção Honrosa Prêmio Pierre Verger 2010



Caros,



É um orgulho comunicar que o filme Brincantes foi agraciado com a Menção Honrosa pela Associação Brasileira de Antropologia.

O filme Brincantes (Nélio Spréa e Elisandro Dalcin 25’, 2010) participou do VIII Concurso Pierre Verger de Vídeo Etnográfico de 2010, realizado em Belém-PA, durante a 27ª Reunião Brasileira de Antropologia, com o tema geral “Brasil Plural: Conhecimentos, Saberes Tradicionais e Direitos à Diversidade”.



O DVD + Livro pode ser adquirido pelo telefone +55 (41)30 27 58 21 e através do e-mail: contato@parabole.com.br



O filme Brincantes pode ser visualizado aqui http://www.vimeo.com/8441960 (senha: chocopito).

Saudações,

Equipe Parabolé

http://www.parabole.com.br/

+55 (41)30 27 58 21

A pesquisa que deu origem ao Filme e livreto foi financiada pelo Fundo Municipal da Cultura, através do Edital nº 053/08 – Identificação e Registro do Patrimônio Imaterial - Fundação Cultural de Curitiba.

sábado, 14 de agosto de 2010

Segundo Plano

O coletor de resíduos
urbefagocitosos,
profissional liberal do setor
de recicláveis,
desmancha caixas de
papelão,
enquanto personagens alheias
olham-se no reflexo,
mergulhadas em oceano
de mensagens inadvertidas
e subliminares

Ricardo Pozzo

quarta-feira, 11 de agosto de 2010