naquela noite
ventava muito na janelinha
da criança banguela
dois apaixonados
hospedados na casa da mãe Joana
olhavam encantados
as estrelas do céu da boca
ele jurava amor eterno
prometia não mais olhar
as pernas da mesa
e nunca mais faria massagens
nos costas das cadeiras
sonhavam que iriam morar
na casa do botão
mesmo que ele, num gesto de loucura
tivesse que assaltar um banco de sangue
lá fora, o galo da cabeça via estrelas
e na boca do dia
o sol espreguiçava raios de luz
só de ver esta cena
a amada sentiu percorrer um frio
na barriga da perna
naquele mesmo instante
um pé-de-vento
rodopiava com um pé-de-valsa
enquanto a orelha de abano
voava nas asas da xícara
edu hoffmann
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
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