quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Ladras

Teus espasmos são horas incrédulas
Calêndulas negras ansiolíticas.
Libertas libélulas trevas viscosas,
Antimatéria estéril, estérica e bipolar.

Teus passos quebrados destroem a relva.
Ladra, assassínia, gargareja o escárnio.
Implora pelo amor, que mutilado
Prende-se ao solo,
Qual patê canino no asfalto amargo.

Das tuas veias, escorre teu segredo,
Água de chuva e esgoto.
Teu engodo arrasta-te na lama;
Escrota lástima indigesta.
Gafanhoto devorado pela ferida
Da própria e fétida podridão tangida.


Angela Gomes

Um comentário:

Natália Nunes disse...

Gostei da intensidade.
:)