quarta-feira, 24 de outubro de 2007

"Em suma, a moral da história é justamente esta. Clareza e obscuridade são conceitos relativos. Só se é claro ou obscuro para alguém, para um público determinado, com suas competências literárias e expectátivas, como diriam os teóricos da recepção. Quanto às características exclusivamente textuais, clareza e obscuridade não têm muita consistência. Não são qualidades intrinsicamente estáveis . A obscuridade de que a arte moderna - poesia, pintura, música e às vezes até o cinema e o romance mais experimentais - foi acusada por décadas, até pouco tempo atrás, não era tanto uma característica de textos e obras , mas uma qualidade indiferenciada e atribuída de fora, um julgamento globalmente negativo do público burguês e da crítica dita acadêmica. "

Alfonso Beradinelli;"Da Poesia a Prosa " ;
Trad: Maurício Santana Dias.
Editora: Cosac Naify

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