...subida súbita no calor
Paralelepípedos e fachadas seculares
Olhares, olhares entre os colares
Dos olhos-de-cabra ao bonsai
Livros e suas capas sob o azul
Aqui do sul
Sufoco, o passo oco, não sou louco
Só mais um,
Na fila do bolinho
Escutando chorinho
Tantos passos, tanto suor
Pele oleosa reflete na lata,
Sob a lata nova
Os carros velhos e o óleo
Vestimentas, artristas, artesãos
Pintores, aleijados, hippies
Ta na moda, ta na roda
Que vai e volta
Lembranças de burgos medievais,
Essa feirinha e seus varais
Tem os iguais, ta na moda
O som do tamanco,
Não tem nem fandango manco
Tem rock nas ruínas
Tem sais e sandálias
De longe o formigueiro,
De perto,
Esse aperto certo sem acerto
Me largo neste caos
Quero ordem neste largo
Só mais um passo largo
Calor,
Olhares,
Sufoco,
Fila,
Suor,
Formigueiro,
Aperto,
Caos,
A multidão sendo o Mar-vermelho
E eu querendo ser Moisés:
Rodrigo Ceccon
quarta-feira, 3 de outubro de 2007
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Um comentário:
Muito bom este poema, Ceccon!!!
Por vezes lemos e relemos até descobrir o início da compreensão da obra.
Belo ritmo na pauta de um contraponto.
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