Cansei de conversa
cansei do futuro
do medo do escuro
do ponto sem nó
Do fio da navalha
do chove não molha
da espera do esquife
- paciência de jó
Sem missa, sem reza
sem gafe, sem griffe
sem múltipla escolha
sem chá de cipó
Sem deus que me valha
cansei da ribalta
é hoje, sem falta
que enfim volto ao pó
não me venham de novena
de prozac, cibalena
não me chamem à razão
não me enterrem na lapinha
não me cantem ladainha
ninguém me segure a mão
não gravem o nome dela
naquela fita amarela
leiloem meu coração
não me venham de bondade
e cumpra-se a minha vontade:
queimem meu violão.
(Sonekka/ Etel Frota)
ouça a música:
http://trampo.com.br/media/A_QUEM_INTERESSAR_POSSA.mp3
quarta-feira, 31 de outubro de 2007
domingo, 28 de outubro de 2007
sábado, 27 de outubro de 2007
Estrelas & Nuvens
Levante seu corpo
pesado da terra
E beba as
gotas de
orvalho
que surgem
de
seus olhos.
O tempo
engole medos,
nuvens envolvem
estrelas.
Levante seus olhos úmidos
E beba as gotas
de vida
que surgem de seus
sonhos.
Voltas,
e mais voltas
Para estarmos no mesmo
lugar.
Tentando destruir muros
para que o vento incida;
Janelas,
para que a chuva possa
transbordar.
Não há sorrisos para os que temem a vida.
Ricardo Pozzo
Levante seu corpo
pesado da terra
E beba as
gotas de
orvalho
que surgem
de
seus olhos.
O tempo
engole medos,
nuvens envolvem
estrelas.
Levante seus olhos úmidos
E beba as gotas
de vida
que surgem de seus
sonhos.
Voltas,
e mais voltas
Para estarmos no mesmo
lugar.
Tentando destruir muros
para que o vento incida;
Janelas,
para que a chuva possa
transbordar.
Não há sorrisos para os que temem a vida.
Ricardo Pozzo
quinta-feira, 25 de outubro de 2007
caçador diverso
Vou romper de vez com minha sorte
E quebrar a cara do meu ego
Vou pinchar as bruxas que carrego
E riscar do mapa a minha espera
Vou largar meu ar de cão sem dono
E aí vestir meu abandono
Reunir as armas que me restam
Pra então poder abrir a porta
E libertar de novo minhas feras...
Vou seguir com força pelas ruas
Desviar das coisas que não quero
E sair à caça do meu sonho
Pra fazer chover na minha horta
E de fato ser o que não era.
Altair de Oliveira
"O Embebedário Diverso."p52.
E quebrar a cara do meu ego
Vou pinchar as bruxas que carrego
E riscar do mapa a minha espera
Vou largar meu ar de cão sem dono
E aí vestir meu abandono
Reunir as armas que me restam
Pra então poder abrir a porta
E libertar de novo minhas feras...
Vou seguir com força pelas ruas
Desviar das coisas que não quero
E sair à caça do meu sonho
Pra fazer chover na minha horta
E de fato ser o que não era.
Altair de Oliveira
"O Embebedário Diverso."p52.
quarta-feira, 24 de outubro de 2007
"Em suma, a moral da história é justamente esta. Clareza e obscuridade são conceitos relativos. Só se é claro ou obscuro para alguém, para um público determinado, com suas competências literárias e expectátivas, como diriam os teóricos da recepção. Quanto às características exclusivamente textuais, clareza e obscuridade não têm muita consistência. Não são qualidades intrinsicamente estáveis . A obscuridade de que a arte moderna - poesia, pintura, música e às vezes até o cinema e o romance mais experimentais - foi acusada por décadas, até pouco tempo atrás, não era tanto uma característica de textos e obras , mas uma qualidade indiferenciada e atribuída de fora, um julgamento globalmente negativo do público burguês e da crítica dita acadêmica. "
Alfonso Beradinelli;"Da Poesia a Prosa " ;
Trad: Maurício Santana Dias.
Editora: Cosac Naify
Alfonso Beradinelli;"Da Poesia a Prosa " ;
Trad: Maurício Santana Dias.
Editora: Cosac Naify
Carregue o seu
o amigo caminha na via que ia da verdade ao energético movimento de quem
acompanha a curva:
inércia sem vida,
seguindo em ruas cinzas.
e o amigo em pé,
colorido.
por que tantas cores?
a viçosa pergunta q unta a boa norma sem gosto sem cheiro,
sem a hábil sensibilidade aponta a ponta do dedo da maioria q ria a alegria e as cores.
juízo pontudo de todos cutuca a cuca e fura a cumbuca.
seguindo a calçada confetes até uma porta que clama o nome de topossintomático,
a mão coletiva lhe da um caloroso empurrão.
passada meia hora:
o amigo agora é um tal transpervetido ultraesquizóide transbordado,
mas,
sob um tom cinza,
para a macro contagiante alegria q não sente o confete verde que sacode na cumbuca
acompanha a curva:
inércia sem vida,
seguindo em ruas cinzas.
e o amigo em pé,
colorido.
por que tantas cores?
a viçosa pergunta q unta a boa norma sem gosto sem cheiro,
sem a hábil sensibilidade aponta a ponta do dedo da maioria q ria a alegria e as cores.
juízo pontudo de todos cutuca a cuca e fura a cumbuca.
seguindo a calçada confetes até uma porta que clama o nome de topossintomático,
a mão coletiva lhe da um caloroso empurrão.
passada meia hora:
o amigo agora é um tal transpervetido ultraesquizóide transbordado,
mas,
sob um tom cinza,
para a macro contagiante alegria q não sente o confete verde que sacode na cumbuca
Aos preocupados acéfalos
esta cara polida,
esnobe,
cobre a todos os apreciadores desengraçados do teu jardim.
um explendor de orquídea roxa
rouca, a mulher q grita querendo teus morangos vívidos de eteno.
eterno gramado divisor do horizonte,
pra rimar no jardim só falta um rinoceronte
lento
como a tarde aérea equivocada,
enrolada no chamar a noite.
seguindo a sombra zumbe, entre o concreto de vidro luminoso,
ruidoso, o vento q cobre os passos do meu rinoceronte:
diarréia,
o rinoceronte fez um monte.
do outro lado da noite amanhece a obra,
o sol q nasce atrás do morro vai iluminando os visitantes atônitos,
acéfalos,
irrequietos como lombriga saindo pelo nariz.
por volta, holofotes,
fléchiz, murmúrios, condenação, inveja,
Curitiba,
estes tantos,
as lombrigas e você não acreditam
como pode essa grande bosta fedida chamar tanto a
atenção?
Rodrigo Ceccon
esnobe,
cobre a todos os apreciadores desengraçados do teu jardim.
um explendor de orquídea roxa
rouca, a mulher q grita querendo teus morangos vívidos de eteno.
eterno gramado divisor do horizonte,
pra rimar no jardim só falta um rinoceronte
lento
como a tarde aérea equivocada,
enrolada no chamar a noite.
seguindo a sombra zumbe, entre o concreto de vidro luminoso,
ruidoso, o vento q cobre os passos do meu rinoceronte:
diarréia,
o rinoceronte fez um monte.
do outro lado da noite amanhece a obra,
o sol q nasce atrás do morro vai iluminando os visitantes atônitos,
acéfalos,
irrequietos como lombriga saindo pelo nariz.
por volta, holofotes,
fléchiz, murmúrios, condenação, inveja,
Curitiba,
estes tantos,
as lombrigas e você não acreditam
como pode essa grande bosta fedida chamar tanto a
atenção?
Rodrigo Ceccon
terça-feira, 23 de outubro de 2007
Antenas Frutíferas
I
Para ação
Reação
Para tal
Interação
Para tal
Relação
Ato em tempo Real
Já o que reage
É o que absorve e
Devolve
Naturalmente.
II
Se, para ser manifestação,
Preciso ser moldável em fôrma aceitável,
Não deixo que me comam antes do Tempo
Obra emoldurada na sala de jantar.
Se não abre o olho e vê como é
Adapto-me à tua visão.
III
Por si sou Mutante!
Muto-me mutando jardins
Com sementes secretas,
Magnéticas imaginárias.
Antenas Frutíferas.
Carlos Sousa
Para ação
Reação
Para tal
Interação
Para tal
Relação
Ato em tempo Real
Já o que reage
É o que absorve e
Devolve
Naturalmente.
II
Se, para ser manifestação,
Preciso ser moldável em fôrma aceitável,
Não deixo que me comam antes do Tempo
Obra emoldurada na sala de jantar.
Se não abre o olho e vê como é
Adapto-me à tua visão.
III
Por si sou Mutante!
Muto-me mutando jardins
Com sementes secretas,
Magnéticas imaginárias.
Antenas Frutíferas.
Carlos Sousa
Anjo do Tempo
Fumaça concentrada
Filtra o Sol Disco Vermelho
Brasa do cigarro na boca
Do anjo que fuma o tempo.
E da manhã indecisa
Nasce o dia arteiro.
Carlos Souza
Filtra o Sol Disco Vermelho
Brasa do cigarro na boca
Do anjo que fuma o tempo.
E da manhã indecisa
Nasce o dia arteiro.
Carlos Souza
sexta-feira, 19 de outubro de 2007
Ao Leitor
Leitor de traços meigos e vibrantes,
Contigo compartilho o meu quebranto
Em versos que revelam seu encanto
Igual as tumbas rasas dos infantes.
Escuta as incertezas que hoje canto
Porque forjei sublimes diamantes
Daqueles gritos tão medonhos que antes
Cobriram-te a cabeça como um manto.
Que alguma estrela traiçoeira
Desenhe em teu sorriso uma ferida,
Mas antes prova dessa dor primeira:
A minha rima podre e corrompida,
Porque no meu instante de cegueira
Nenhuma luz brilhou em minha vida.
Rebellis [Eduardo Borges]
São Carlos, 07 de outubro de 2007
Contigo compartilho o meu quebranto
Em versos que revelam seu encanto
Igual as tumbas rasas dos infantes.
Escuta as incertezas que hoje canto
Porque forjei sublimes diamantes
Daqueles gritos tão medonhos que antes
Cobriram-te a cabeça como um manto.
Que alguma estrela traiçoeira
Desenhe em teu sorriso uma ferida,
Mas antes prova dessa dor primeira:
A minha rima podre e corrompida,
Porque no meu instante de cegueira
Nenhuma luz brilhou em minha vida.
Rebellis [Eduardo Borges]
São Carlos, 07 de outubro de 2007
domingo, 14 de outubro de 2007
Vida e rabo de saia
Andando em pedras pretas e brancas,
Carrancas movem-se ao ritmo do relógio
Cogitado nesta Curitiba de prédios e casarões,
De primeiro mundo e miséria,
De antigos postes com sua luz amarela
Sobre os calçadões que aguardam o vazio do inverno.
A vida esquece do sentido de sentir do sorrir.
O coração contrai,
Sinalizando a angústia que permanece
A falta do por vir aperta plei
Nesta cena onde o herói morre.
Morre.
A tesoura aproxima-se da linha
E a luz que surge não do túnel,
Muito menos amarela.
É ela,
Enchendo vermelho pulsante
Mas que para no tempo.
Os olhos medindo a falta no espaço.
Por acaso a causalidade inverteu-se com o efeito,
Feito este azul que não sei se é do céu ou dos seus olhos.
Sob suas sandálias, confundo o branco com o preto no pisar
Deste rabo-de-saia que espero.
Polaca, de todas, é você que eu quero
Carrancas movem-se ao ritmo do relógio
Cogitado nesta Curitiba de prédios e casarões,
De primeiro mundo e miséria,
De antigos postes com sua luz amarela
Sobre os calçadões que aguardam o vazio do inverno.
A vida esquece do sentido de sentir do sorrir.
O coração contrai,
Sinalizando a angústia que permanece
A falta do por vir aperta plei
Nesta cena onde o herói morre.
Morre.
A tesoura aproxima-se da linha
E a luz que surge não do túnel,
Muito menos amarela.
É ela,
Enchendo vermelho pulsante
Mas que para no tempo.
Os olhos medindo a falta no espaço.
Por acaso a causalidade inverteu-se com o efeito,
Feito este azul que não sei se é do céu ou dos seus olhos.
Sob suas sandálias, confundo o branco com o preto no pisar
Deste rabo-de-saia que espero.
Polaca, de todas, é você que eu quero
sexta-feira, 12 de outubro de 2007
Pó de Mundos
Há poeira que se espalha
Há tempos no caminho.
Caminhante mudo. Ah!
No semblante a rusga matutina, andarilha.
Seu olhar lateja à grota ilusória;
Lampeja os passos no caminho
Compassado do andar errante
Carregado das centelhas flamejantes
De estrelas lumeeiras, vaga-lumes.
Mata com a ruidosidade dos insetos,
Berçário de tantos mundos.
Angela Gomes
Há tempos no caminho.
Caminhante mudo. Ah!
No semblante a rusga matutina, andarilha.
Seu olhar lateja à grota ilusória;
Lampeja os passos no caminho
Compassado do andar errante
Carregado das centelhas flamejantes
De estrelas lumeeiras, vaga-lumes.
Mata com a ruidosidade dos insetos,
Berçário de tantos mundos.
Angela Gomes
sexta-feira, 5 de outubro de 2007
quarta-feira, 3 de outubro de 2007
Ladras
Teus espasmos são horas incrédulas
Calêndulas negras ansiolíticas.
Libertas libélulas trevas viscosas,
Antimatéria estéril, estérica e bipolar.
Teus passos quebrados destroem a relva.
Ladra, assassínia, gargareja o escárnio.
Implora pelo amor, que mutilado
Prende-se ao solo,
Qual patê canino no asfalto amargo.
Das tuas veias, escorre teu segredo,
Água de chuva e esgoto.
Teu engodo arrasta-te na lama;
Escrota lástima indigesta.
Gafanhoto devorado pela ferida
Da própria e fétida podridão tangida.
Angela Gomes
Calêndulas negras ansiolíticas.
Libertas libélulas trevas viscosas,
Antimatéria estéril, estérica e bipolar.
Teus passos quebrados destroem a relva.
Ladra, assassínia, gargareja o escárnio.
Implora pelo amor, que mutilado
Prende-se ao solo,
Qual patê canino no asfalto amargo.
Das tuas veias, escorre teu segredo,
Água de chuva e esgoto.
Teu engodo arrasta-te na lama;
Escrota lástima indigesta.
Gafanhoto devorado pela ferida
Da própria e fétida podridão tangida.
Angela Gomes
Domingo é dia de...
...subida súbita no calor
Paralelepípedos e fachadas seculares
Olhares, olhares entre os colares
Dos olhos-de-cabra ao bonsai
Livros e suas capas sob o azul
Aqui do sul
Sufoco, o passo oco, não sou louco
Só mais um,
Na fila do bolinho
Escutando chorinho
Tantos passos, tanto suor
Pele oleosa reflete na lata,
Sob a lata nova
Os carros velhos e o óleo
Vestimentas, artristas, artesãos
Pintores, aleijados, hippies
Ta na moda, ta na roda
Que vai e volta
Lembranças de burgos medievais,
Essa feirinha e seus varais
Tem os iguais, ta na moda
O som do tamanco,
Não tem nem fandango manco
Tem rock nas ruínas
Tem sais e sandálias
De longe o formigueiro,
De perto,
Esse aperto certo sem acerto
Me largo neste caos
Quero ordem neste largo
Só mais um passo largo
Calor,
Olhares,
Sufoco,
Fila,
Suor,
Formigueiro,
Aperto,
Caos,
A multidão sendo o Mar-vermelho
E eu querendo ser Moisés:
Rodrigo Ceccon
Paralelepípedos e fachadas seculares
Olhares, olhares entre os colares
Dos olhos-de-cabra ao bonsai
Livros e suas capas sob o azul
Aqui do sul
Sufoco, o passo oco, não sou louco
Só mais um,
Na fila do bolinho
Escutando chorinho
Tantos passos, tanto suor
Pele oleosa reflete na lata,
Sob a lata nova
Os carros velhos e o óleo
Vestimentas, artristas, artesãos
Pintores, aleijados, hippies
Ta na moda, ta na roda
Que vai e volta
Lembranças de burgos medievais,
Essa feirinha e seus varais
Tem os iguais, ta na moda
O som do tamanco,
Não tem nem fandango manco
Tem rock nas ruínas
Tem sais e sandálias
De longe o formigueiro,
De perto,
Esse aperto certo sem acerto
Me largo neste caos
Quero ordem neste largo
Só mais um passo largo
Calor,
Olhares,
Sufoco,
Fila,
Suor,
Formigueiro,
Aperto,
Caos,
A multidão sendo o Mar-vermelho
E eu querendo ser Moisés:
Rodrigo Ceccon
Mundo Novo
Pero que Pero Vaz deu, ou os bons homens dos bons tempos deram primeira importância na carta e na mímica ao ouro do capitão e à prata do castiçal. Que no dedo duro do índio, foram ao Monte Pascoal ter também.
Ouro dos bons tempos - balanço de mercado, fatalidade e infelicidade
Eta poesia de Anchieta que nos bons tempos salvou muita gente mal educada de alma selvagem. Coitada desta gente sem gripe, que andavam nus pelas praias brasileiras dos bons tempos. Bem feito, fez o catequizante aos pardos de bons rostos e bons narizes, bem feitos tropicais de bons ares
Cinismo dos bons tempos - religião multi-mídia, fatalidade e infelicidade
No caminho de Caminha, descritas gentilmente as moças gentis, de cabelos cor de jabuticaba, lindos pelas espáduas. Muito bem vergonhadas aos olhares sem vergonha dos bons homens dos bons tempos
Vergonhas caradinhas dos bons tempos - depilação à brasileira, fatalidade e felicidade
Rodrigo Ceccon
Ouro dos bons tempos - balanço de mercado, fatalidade e infelicidade
Eta poesia de Anchieta que nos bons tempos salvou muita gente mal educada de alma selvagem. Coitada desta gente sem gripe, que andavam nus pelas praias brasileiras dos bons tempos. Bem feito, fez o catequizante aos pardos de bons rostos e bons narizes, bem feitos tropicais de bons ares
Cinismo dos bons tempos - religião multi-mídia, fatalidade e infelicidade
No caminho de Caminha, descritas gentilmente as moças gentis, de cabelos cor de jabuticaba, lindos pelas espáduas. Muito bem vergonhadas aos olhares sem vergonha dos bons homens dos bons tempos
Vergonhas caradinhas dos bons tempos - depilação à brasileira, fatalidade e felicidade
Rodrigo Ceccon
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