Escrever menos & ler menos ainda, falar nunca;
Abrir um negócio, uma casa de espelhos, um espelhunca;
Ao menos tentar discordar de Focault, Nietzsche & Schopenhauer;
Aliviar nas temáticas sem no entanto incorrer no Flower Power;
Ir mais ao teatro, não ir menos ao cinema & reciclar relógios;
Ser menos territorialista, dividindo meu espaço em episódios;
Fumar só depois de comer & comer com mais freqüência;
Parar com as aventuras & tentar suicídios com mais prudência;
Não permitir que a cor me distraia da profundidade em Van Gogh;
Urgente reler Clarice Lispector, reouvir Dylan & rever Herzog;
Ganhar dinheiro, nem que para isso seja necessário trabalhar;
Jogar muito xadrez, adotar um gato preto & não pensar em viajar;
Fotografar mais em P&B para enxergar mais em mais cores;
Afastar-me daqueles que costumam se aproximar de escritores;
Chorar menos, exceção aos Bergmans, que confirmam a regra;
Não me deprimir mais diante de tudo aquilo que normalmente alegra;
Nunca perdoar, nunca capitular mas sempre que possível esquecer;
Beber água & dormir, para dar uma variada ou mesmo sobreviver;
Legar à posteridade pelo menos uma dúzia de nus frontais;
Amar mais através do sexo do que trepar amando demais.
Davi Araújohttp://naofiquesao.blogspot.com/
http://transatraves.blogspot.com.br/
Crisis capitalism
Há 6 minutos
3 comentários:
este aleph é o verdadeiro e paranóico personagem borgiano.
abraços deste lado virtual
o princípio e o fim de tudo?
fui tragada pelo poema.
ainda estou submersa.
Vou adotar alguns desses, apesar de nunca programar mudanças.
Gostei muito!
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