Catarina morreu afogada, foram anos e nada...
Não sabendo se inundas rasa.
numa superficial tensão das aguas,
castigada na altura das nádegas,
por cima das voltas...gotas na agua,
caídas dos olhos, encharcados.
Ó corpos boiantes,
antes antevissem o atrevimento,
se bem que chuva não penetra em cimento,
mas bebe da luz, desenha com ela
transforma em flechas seus feixes postados em cruz.
Mas se a chave acobreada renega
a fêmea trava que segura
a luz amarela do beco pluvial mente estagnado:
escuridão do pobre atrasado,
que pega carona nas ondas
vindas de um corpo que surge
debaixo de um lindo sofá.
- A pobre senhora era um anjo.
- Não para mais na calçada
trocando algumas palavras.
Foi levada pra um cano
exposta na galeria, e quem sabe pelo cheiro
um dia acharão seu rosto,
na foto de um documento de arquivo.
E dirão a seu filho, ou filha não sei:
achamos o sofá, é de um vermelho francês;
podes reconhecer o cadáver?
Embaixo dos pés um bueiro,
bocejando borbulhas carmim.
Pede pra ficar a sós;
assim que a água baixar
te ponho em buraco sem porta.
Não se atreve a chorar.
lágrima corroboraria mansa
e transbordaria tristeza.
O caso termina na tela da tv?
Ou sucumbe a variação climática.
Só não leva choque a sola de borracha.
João Franscisco Paes
terça-feira, 30 de dezembro de 2008
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Um comentário:
hmmm
tem bons momentos líricos!!!!!
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