terça-feira, 22 de maio de 2007

petit psychotique

para d.

olhos de basalto
mostro de uva preta
vozes de contralto
dentro da cabeça

te olhei com desejo
na primeira olhada
e numa avançada
aguardei teu beijo

não há quem esqueça
teus lábios silvestres
meus lábios mereçam
quando me disseste

"você tem uma aura
negra feito as noites
corcel negro aos coices
você tem uma aura

usada a sofrer
aura, preta, coice
negra feito a noite
quase a amanhecer"

é de manhã cedo!
não te escondo a mão
guarda-me sem medo
na alucinação

Rodrigo Madeira

3 comentários:

Pó & Teias disse...

Este poema compõe a série poemas psiquiátricos, do Madeira. Está publicado em seu livro de estréia, editado pela Secretaria da Cultura do Estado do Paraná: Sol sem Pálpebras.

RAUL POUGH disse...

Viajei nesta maionese de uva preta. No segundo verso, é "mostro" ou "monstro" ? No mais, talento madeirense.

Anônimo disse...

na verdade, é mosto. sumo da uva antes de terminada a fermentação. é um erro de digitação que está também em meu livro. se alguém puder, favor arrumar...