fim de tarde
Era meio-dia
quando me surgiu
engrinaldada de vício
voz escura
piercings
tattoos de cicatrizes.
pensava, engalanada
de écharpes
pontos de interrogação
pensava
a profissional velocidade
das coisas.
se aquela raiva chorasse
encheria um pacífico
se aquele choro gemesse
fecharia um prostíbulo
mas a raiva não chora
o choro não geme
e a carne morre
e o passado
não tem ouvidos...
tentou a morte
pra talvez na volta
sentir mais forte
o gosto da vida.
(era meio-dia
quando me surgiu
engrinaldada de vício).
2
cabeleira solta
mais laranja que vermelha
outro pôr-do-sol
Rodrigo Madeira
sábado, 26 de maio de 2007
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3 comentários:
Excelente!
Adorei o discurso, as idéias em contra ponto. O poema tem ótimas imagens.
Adorei a idéia desse espaço, voltarei mais vezes, afinal, tenho muitos autores para ler por aqui.
Este é mais um poema da série poemas psiquiátricos do Rodrigo Madeira. Esta série e outros poemas estão publicados enm seu livro de estréia: sol sem pálpebras.
Muiiiiito bom! Andréa
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