sábado, 18 de abril de 2009

um poema velhíssimo

Para G.

O amado é meu jardim,
minha piscina,
o moço que varre minha casa,
minha mãe quando fico doente,
um anglicismo destemperado nesse mundo que só tem maluco,
e eu amo
o papel da sua pele jovem,
o osso que desenha impiedoso,
os olhos que revira quando canta.
Ele é minha Carmem Miranda, e quando dorme, minha paisagem de contemplação.

E que adoração, concordamos, seja um sentimento exagerado. E que eu tente transformar numa piscina consciente o mar. O amado fala na segunda pessoa, e de onde venho isso é privilégio de Deus.

Meu amado é a selva,
o oceano, a poeira, a doença, a palavra.
Mais que ele eu cuido só a paixão.

Sabrina Lopes

http://lopessabrina.blogspot.com/

3 comentários:

Anônimo disse...

natural e lindo!

Sabrina disse...

gracias! ^^
e valeu pela postagem!

Pó & Teias disse...

Belo