domingo, 26 de abril de 2009

Ao escrever o Poema

é preciso derrubar a muralha de sombra
convertê-la em blues no poente
tecer um tapete de arbustos
ou um abismo distraído que caia em si mesmo

é preciso ser ávido
aos relâmpagos pintados a lápis azul
ser tufão em tarefas no céu
ser final no começo do brilho

é preciso sair do vitral
igual santo e anjo em ressurreição
ser ressonância de estrela

é preciso mas não tão necessário
tudo isto ou muito disto
ao escrever o poema

Everton Freitag

Um comentário:

Iriene Borges disse...

eu gostei bastante.
O final me enganou por um instante. Foi PRECISO ler de novo