domingo, 26 de outubro de 2008

Quando a Gata Comeu a Minha Lingua


Preso no peito está o melhor que posso oferecer. E na garganta as palavras que teimo em não dizer. Você veio e até sorriu. Eu fiquei ali. Estático. Preso num canto do bar. Cigarro e copo na mão. Olhos tristes de quem não dorme e não come direito. Olhos de quem não ama. Um peso nos ombros que me afunda mais a cada dia. Uma mentira. Ou um segredo? Eu não conto. Nem canto. Pranto. Tanto. Quase todo dia no escuro do meu quarto ou no eco do meu banheiro. Lágrimas que rasgam o peito. E o lugar onde o meu melhor está guardado vai apodrecendo... dia após dia. Lágrima após lágrima. E, enquanto o meu mundo desaba, eu permaneço ali. No canto daquele mesmo bar.
Wilton Isquierdo

Um comentário:

Anônimo disse...

Que no es tua eu sei , mesmo assim alimentei-me delas,
e eis ai o despejo em seguida sem resguardo ou pudor:
Quando a língua te foi o alimento,
alimentastes dela como um sedento.

sem perceber que dentro de ti, serias tu a única ilha na própria dor,
isolado na sua alegria, afastado no seu desejo,ignorado nos seus segredos
e nos seus mistérios.
Uma alma que se comove na solidão e no isolamento.

E o que tens de melhor, presos ficarão dentro de ti, ate apodrecerem.

ate o proximo encontro!