quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Era uma Vida

(Escrito na mesma hora em que meu pai corria para outra vida )


Era uma vida
que corria para o mar
Era uma vida
sem hora marcada
Era uma vida
feita de terra, ar e areia
Era uma vida
onde havia de tudo
emoções e sentimentos
sombras e luzes
Flutuavam vontades
Lá e cá
Um desejo não fala com o outro
não se olham
e confundem a vida
um acredita
outro desmente
um é atento
outro, aventura
um é lenha
outro, fogueira
um é sol
outro, lua
um cochila
outro, desperta.

Qual aparece ao sol ?
Qual prefere a lua ?

Era uma vida
com muitos desejos.

Deisi Perin
(Proyecto Cultural Sur-Brasil.vol7. Outubro; 2008 )

2 comentários:

Heyk disse...

Deisi,

você usa bastante esse formato de repetir os versos? Gosta? Me incomoda isso. E sabe, quando reconheci no seu poema essa coisa, como faço com outros assim fiz dessa vez: pulei tudo que era repetido e li só a parte nova que cada verso trás, e aí: tcharam!: gostei.

Gostei e gostei mais do que lendo com todas as repetições. Faz o teste. É curioso.

Um abraço.

Anônimo disse...

Oi Heyk Pimenta

Não costumo usar muitas repetições.
Fiz o teste. Fica bom.
Porém o instante em que fiz o poema permite essas repetições, pois assim que acabei de escrevê-lo levantei e atendi a um telefonema avisando que meu pai havia falecido na UTI. Então nem penso, nem posso mudar nada. Simplesmente "era uma vida..."
Gostei do seu comentário, obrigada.
deisi