terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Um dia eu me vou
E isso tudo se anula
Meu sentimento assaz complicado
É do tamanho que você procura

É feito sob medida
E ainda me tortura
Essa carne ferida Este sangue que
borbulha

E essa carência desmedida
Solitária qual a pomba que arrulha
De qualquer sensatez desprovida
Que à minha desdita se mistura

Devolva a minha vida
Devolva minha ventura
Essa aventura proibida
Que é causa de minha loucura
Já espôs esta vida malferida
Aos encantos da tua doçura.

Márcia Cruzara
( Boca do Inferno. CAL-UFPr.16ed.junho 2006)

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