terça-feira, 15 de janeiro de 2008

A Quadratura do Círculo

Giro em torno de um grão de poeira, e é toda a poeira do mundo, poeira que fica em beira de estrada. Na estrada havia você me esperando. Estaticamente branca como uma nuvem de pó, envolta em tudo que não se pode tocar. E como num círculo, novamente perdido em todas as vastidões, te encontrei como uma velha conhecida, talvez um conhecido de ninguém, já que só você poderia conhecer quem eu não sou verdadeiramente. Busquei inúmeros aspectose em nenhum pude verdadeiramente reconhecer o que sou em tudo que não posso ser para você. Para você sou um nada abundante, um vasto círculo de nada. Talvez um nada semelhante a um oceano de ondas dúbias repletas de "eus" , do que não se pode entender. Você nunca me entenderia, já que sou o nada sempre te incomoda. Te ama e te incomoda. Sempre. Em todas as vezes sou absolutamente útil para você, na cama ou no trânsito, uma vida que não anda, apenas vaga em nossos devaneios. Devaneios em círculos múltiplos, que me sufocam e me fazem a cada momento ser duas vezes o homem que você nunca vai conhecer. Apenas eu e você em fugas filosóficas que não nos cabem . Mais uma vez não nos cabemos no mundo que nós próprios criamos. Por que criamos? Por que se preocupar? A vida segue seus círculos ininterrupta, despreocupada ou inconsequentemente, alheia a mim, a você, a nós, infinitamente, sendo ao mesmo tempo reta círcular que traça os caminhos que desconhecemos e ainda assim seguimos,
para onde? Pra que saber? Eu, você, nós aqui pra quê? Perguntas sem necessidade de respostas, policiadas ou não, vividas ou não. seguimos reta e despreocupadamente os círculos infindos que a nós foram expostos, impostos ou apenas apresentados, pra quê ? Estou aqui, estamos aqui, pronto. Calemo-nos e sigamos sem perguntas, respostas, indagações inúteis, vâs, que não nos levarão a canto nenhum. Calo-me em meu nome, em seu nome, em nosso nome e permaneço, permanecemos, vivemos e fomos circularmente aproximados por garras invisíveis que nos aproximam cada vez mais e por todas as direções possíveis e inimagináveis.
Gisele Mocci.Ângulo Bi. III Parte.

Um comentário:

Teresa disse...

powww que interessante o blog!!!

bem original viu?

vou linkar!!!!!

bju