não há rocio.
tudo é terra estéril.
as árvores são as
vértebras da chuva.
a lama é uma feira
de infecções.
esta tarde, velha,
mastiga e cospe
crack e alcatrão.
a noite - aqui -
pesa
como
coturnos
e no entanto
amanhece.
alguém
abre uma janela para
os destroços da guerra,
lenta,
como a ferrugem,
franca como um peixe
que apodrece.
entre
a estrada das lágrimas
e o rio dos meninos,
cedinho,
três cadáveres
assistem à televisão.
Rodrigo Madeira
domingo, 9 de setembro de 2007
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3 comentários:
O poema sao as tres ultimas linhas. O restante e' auto-piedade.
Poema extremamente refinado, esculpido com madeira nobre. É de um lirismo surpreendente.
Três cadáveres fadam a impotencia,tres cadáveres são signos da impotencia sob o canibalismo fratricida,onde a vitima é algoz e o algoz uma margem cega.
Ass:Tullio Stefano
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