domingo, 9 de setembro de 2007

Era da Velocidade

Cada vez que um novo botão é apertado,
Dando movimento a uma máquina,
Acontece o instalar-se de nova sina,
Muita gente fica com o coração apressado.

No conjunto movimento da engrenagem,
Nasce a máquina que, sem parar, se engrena
Na produção constante que nenhum dia para,
Enquanto a esperança humana..., gangrena.

Se apenas um dedo humano, o botão toca,
A máquina vive para que a produção ocorra,
Cabeça esquenta, braços param, cala-se a boca,
Não faz mal..., que a humanidade...morra.

Se o mundo espúrio mecanicamente continuar,
Que a máquina produza o que possa usar,
Gente sem trabalho, sem nada para fazer e sem ganhar,
Fenece e não tem dinheiro para gastar.

Gente mantém a vida pessoal em murmúrio.

Tudo isso é o que resulta, dessa corrida louca,
Para ricos e nobres, grande acúmulo de bens,
Para plebeus e pobres, apenas restam os améns,
O desespero, a perda dos sonhos e as fomes,

Quando nascem as máquinas e morrem os homens.

Olinto Alves Simões

3 comentários:

Natália Nunes disse...

Liricamente mordaz!
Muito bom, Olinto.

Anônimo disse...

Esse final é ótimo!!!!

Anônimo disse...

Olintão véio!Seja bem-vindo!