sábado, 14 de abril de 2012

Navego na nau do lamentoso pensamento de ti

Ceras a vedar ouvidos não podeis entrar.
Amarrado por cordas qual aço ao mastro da ambição
braços de vã vontade castrada de naufrago na fenda da bela consorte

a minha morte.

A bela morte a transar em parcelas ou na explosão a procela
Qual o sentido da vida? Tal não é a pergunta que ora lasso de misérias
Musas filoflanantes falsas sandias opiam prazeres enquanto mastigam
corações, veias e sensações. Prazeres devora culta traça livros de estórias.

Vigores fumados tragando liberdades agora ausentes.

Preso no barco cujo leme não domino.
Apenas a nau dos insensatos navegando no vazio da névoa
desta vida de recifes famintos de escombros e saboreando
melodias de sereias a deleitar de mala-suerte os condenados

a voar sem ter asas nas nuvens do ácido oceano do desencanto.



Wilson Roberto Nogueira

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