Cruz das almas solitários sabres que ceiam sonhos na fome de viver.
Sorvendo gota à gota de vinho da derradeira videira no ósculo da última flor.
Balança a árvore antes frondosa da vida hoje pálido osso da memória
onde se refugiam cordeiros do rugido da tempestade de lobos e da siderea miséria
que corta fundo a raiz da esperança.
O aço devorando a carne tenra da terra trinchando hóstias de pó e palavras
Trincando dores ouvindo Wagner cavalgando valquírias a procura de ouros
no fim de falsos arco-íris. Ardem cedros por testemunhas cobrindo em sombras raquíticas
proles dejetadas de úteros abandonados.
Oliveiras irrigam a terra de óleo e sangue enquanto ouve-se um choro fantasma a sombra da chama
clamando a morte que vaga ébria e exausta de tanto ceifar.
Wilson Roberto Nogueira
domingo, 15 de abril de 2012
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