Está fora de moda o suicídio
Antes era bonito ver os russos:
...agora num vermelho pulso Maiakóvski
num vermelho artéria Klebnikov
Iessiênin vem num poema curto escrito a sangue
nesse tempo o tapete era vermelho
se a bala é laica dentro do poema russo
dentro da cabeça ela é outra coisa
a moda era não chegar ao fim da passarela
sorte que aqui o inverno não é tão rigoroso
Edson Falcão
quinta-feira, 26 de maio de 2011
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3 comentários:
rs...
é ou não é um baita poeta?
salve falcão!
A MEUS AMIGOS (COM OS PULMÕES VAZIOS)
Não:
recuso, refuto e repilo
essa repetida informação
sobre Maiakóvski e seu suicídio.
Já basta que Drummond tenha caído
nesse conto de vigários burocratas
(salafrários da pior laia:
foram eles que mataram "nosso" Maia!) -
já basta que Augusto haja contribuído
nesse campo minado,
reforçando a tese do automorticínio,
sendo que o próprio Volódia
poetou no sentido contrário:
à vida e seu ofício!
E Khlebnikov morreu de paralisia progressiva,
e Iessiênin já estava morto
antes mesmo de, bebum, matar-se:
fazia uma poesia bucólica
no meio duma revolução industrial
e dum povo em catarse.
Mas Volódia sintonizava os ventos vindos do futuro:
seu "bilhete suicida" foi
(em verdade vos comunico, no duro:)
- Não atirem, camaradas!
E os brilhantes assassinos, a seguir, sumariamente
fundaram mais um mito.
Assim, daqui do nosso presente eu dito
a meus amigos Madeira e Falcão:
continuem fazendo bonito
mas duvidem mesmo dessa minha elocução.
Muito romantismo e dramaticidade (que também tenho, admito)
os males da poesia são.
Ivan Justen Santana
bem louco, ivan. a começar pelo título.
dê um pulo lá no "bilhete" pra conferir um comentário sobre isso.
puxa, se tem uma coisa que eu não quero, é romantizar a vida - e a morte.
abraço.
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