num sábado brutal,
ao perfume de pneu queimado,
desviando de uma poça de sangue baço,
incapaz de refletir a lua
ou contar a história do homem
que a verteu,
as pessoas tentando mais uma vez
chegar em casa,
mais uma vez tentando esquecer
o caminho de casa,
e um cara me pára na rua e pergunta
(depois das 9:00, há sempre um louco
atrás de um cigarro):
– como eu chego lá, irmão?
bem, não conheço nomes de rua.
calma lá, deixe-me ver...
faz assim: siga reto duas quadras
até o outdoor da unimed, beleza?
vire
à direita e caminhe mais duas quadras,
na esquina você vai ver um mendigo
(o sem cobertor,
bebendo uma barrigudinha),
quebre à esquerda e depois,
duas quadras depois, onde fica um traveco
(o loiro, de saia preta de couro falso),
de novo
à esquerda. daí você vai até
o segundo farol, não o do malabar
de 10 anos de idade, o segundo, o segundo,
onde fazem ponto uma puta e um traficante...
não tem erro, irmão,
logo em frente você vai ver:
IGREJA ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA
Rodrigo Madeira
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
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2 comentários:
sabendo tudo isso não precisa nem conhecer nome de rua mesmo.
Só por Deus. rsrs
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