Se num sopro de pó surjo no mundo,
Folha virgem expelida na estrada,
Que eu redija em mim um ente fecundo
Tracejando meu destino entre o Nada.
Que ao existir eu confira meu valor
E neste plano erga minha essência,
Se não vim do ventre dum Criador,
Que em Terra abrace eu a transcendência!
E se ao morrer, findar em cois’alguma,
Poeira consumida... caos do Universo,
Orvalho amanhecido em fria escuma,
Desfeito nos vãos do tempo perverso,
De todas as coisas, quero só uma:
Que eu dilua... mas que fique meu verso.
Alessandra Bertazzo
quarta-feira, 10 de setembro de 2008
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