O cinza aproxima-se com um vento
perdido no universo
Sequidão por sobre o peito
Em um coração concreto
A razão se sobrepõe em mim
Endurece flores
Petrifica cheiros
Lembro-me das árvores
Minha face limpa rachou com elas
De meus olhos formam-se nuvens
Carregadas de raios
Tempestade queimando folhas
Temporal escorrendo em gotas
sobre meu corpo
Lágrima a lágrima, moldando a pedra
Lavando o que sobrou da alma
molhando o que restou das cores
regando o amor
no coração de um poeta.
Alessandro Jucá.
in "Pó&teias -antologia de poemas, crônicas e contos."
quinta-feira, 28 de agosto de 2008
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