quinta-feira, 28 de agosto de 2008

O Que Restou (o Jardim do Poeta)

O cinza aproxima-se com um vento
perdido no universo
Sequidão por sobre o peito
Em um coração concreto

A razão se sobrepõe em mim
Endurece flores
Petrifica cheiros

Lembro-me das árvores
Minha face limpa rachou com elas

De meus olhos formam-se nuvens
Carregadas de raios
Tempestade queimando folhas

Temporal escorrendo em gotas
sobre meu corpo
Lágrima a lágrima, moldando a pedra

Lavando o que sobrou da alma
molhando o que restou das cores

regando o amor
no coração de um poeta.

Alessandro Jucá.
in "Pó&teias -antologia de poemas, crônicas e contos."

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