Onde está esse grito?
Em qual deserto de palavras?
Em qual oceano de pranto?
Estará, difuso em espasmos,
Embalando um sonho morto?
Ou embargado pelo suspiro
Aliviado da última esperança
Fero, ata-me a garganta?
Onde está esse grito,
Liberdade e aflição,
Que eu evito?
O débil impulso
Que ruma à garganta
Mas desvia o curso
Minuto após minuto
Onde está esse grito,
Liberdade e aflição,
Que eu evito?
Em qual abismo -
O de árido silêncio
Ou de enfático cinismo -
Abafo meu grito?
Sempre este rito
De hábil dissimulação
E prático comodismo
Ata meu grito.
Impróprio e proscrito
Dissipa-se na garganta
Propaga-se no infinito!
Iriene Borges
quinta-feira, 7 de agosto de 2008
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3 comentários:
lindo, lindo. cavalguei teu grito, cavalguei a chuva (cai em cordas lá fora), o silêncio...
você gritou! 100 ou mais palavras para um silêncio. 100 ou mais silêncios para um grito.
a poesia também é saber calar.
r.m
Obrigado.
Vc é quem estou pensando, r.m.?
só faz bonito, essa menina!
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