quinta-feira, 31 de maio de 2007
quarta-feira, 30 de maio de 2007
Filho Fruto
Corra enquanto chove
Seguindo a enxurrada vá,
A ciência explica de onde vem
Corra para fertilizar a Terra
Entrando em bueiros
Penetrando, umedecendo
A semente adormecida no escuro
E quente e fértil útero
Alimente-se de seu filho fruto
Corra ao bosque, a passos largos
Seguindo o vento
A colheita chega na próxima estação
Já dançam campos, hastes, e espigas,
Borboletas e pólens
Música da brisa que pinta cores
Corra; saia do estado de decomposição
Que alimenta vermes, lei e ordem
De um mundo explicado por propagandas
De automóveis.
Carlos Sousa
Corra enquanto chove
Seguindo a enxurrada vá,
A ciência explica de onde vem
Corra para fertilizar a Terra
Entrando em bueiros
Penetrando, umedecendo
A semente adormecida no escuro
E quente e fértil útero
Alimente-se de seu filho fruto
Corra ao bosque, a passos largos
Seguindo o vento
A colheita chega na próxima estação
Já dançam campos, hastes, e espigas,
Borboletas e pólens
Música da brisa que pinta cores
Corra; saia do estado de decomposição
Que alimenta vermes, lei e ordem
De um mundo explicado por propagandas
De automóveis.
Carlos Sousa
segunda-feira, 28 de maio de 2007
Na Veia
Minha veia poética se confunde
com a veia filosófica,
ou talvez seja
simplesmente
minha veia
de loucura
sã.
Não ensaística nem
controversa,
mas um bocado
confusa.
Não sou herege,
nem coloquei
minha alma
à venda,
mas brinco
de bambolê
com minha auréola.
Não sou míope,
mas não vejo direito
as pessoas em seu
estado físico.
Vou direto
na alma.
Não sou agnóstica nem mística, mas
acredito em meus sonhos.
Acredito em vida após a morte,
e que
alguns
já morreram em vida.
Andam mas não sentem.
Lanço mão de mim
pelos amigos, pois nada
mais sou do que pedaços
de outros em meu coração.
Vivo intensamente
e coloco toda
minha força e
essência em cada
ato,
pensamento,
palavra,
poema
e traço de
desenho.
Sou feita de carne, ossos
e lágrimas.
Sou feita do azul, do laranja
e do verde.
Sou feita de vida no segredo
do tempo.
Sou feita de sons, cores
e medos.
Sou poeta.
Eu amo, vivo
e escrevo.
Deisi Perin
Minha veia poética se confunde
com a veia filosófica,
ou talvez seja
simplesmente
minha veia
de loucura
sã.
Não ensaística nem
controversa,
mas um bocado
confusa.
Não sou herege,
nem coloquei
minha alma
à venda,
mas brinco
de bambolê
com minha auréola.
Não sou míope,
mas não vejo direito
as pessoas em seu
estado físico.
Vou direto
na alma.
Não sou agnóstica nem mística, mas
acredito em meus sonhos.
Acredito em vida após a morte,
e que
alguns
já morreram em vida.
Andam mas não sentem.
Lanço mão de mim
pelos amigos, pois nada
mais sou do que pedaços
de outros em meu coração.
Vivo intensamente
e coloco toda
minha força e
essência em cada
ato,
pensamento,
palavra,
poema
e traço de
desenho.
Sou feita de carne, ossos
e lágrimas.
Sou feita do azul, do laranja
e do verde.
Sou feita de vida no segredo
do tempo.
Sou feita de sons, cores
e medos.
Sou poeta.
Eu amo, vivo
e escrevo.
Deisi Perin
sábado, 26 de maio de 2007
fim de tarde
Era meio-dia
quando me surgiu
engrinaldada de vício
voz escura
piercings
tattoos de cicatrizes.
pensava, engalanada
de écharpes
pontos de interrogação
pensava
a profissional velocidade
das coisas.
se aquela raiva chorasse
encheria um pacífico
se aquele choro gemesse
fecharia um prostíbulo
mas a raiva não chora
o choro não geme
e a carne morre
e o passado
não tem ouvidos...
tentou a morte
pra talvez na volta
sentir mais forte
o gosto da vida.
(era meio-dia
quando me surgiu
engrinaldada de vício).
2
cabeleira solta
mais laranja que vermelha
outro pôr-do-sol
Rodrigo Madeira
Era meio-dia
quando me surgiu
engrinaldada de vício
voz escura
piercings
tattoos de cicatrizes.
pensava, engalanada
de écharpes
pontos de interrogação
pensava
a profissional velocidade
das coisas.
se aquela raiva chorasse
encheria um pacífico
se aquele choro gemesse
fecharia um prostíbulo
mas a raiva não chora
o choro não geme
e a carne morre
e o passado
não tem ouvidos...
tentou a morte
pra talvez na volta
sentir mais forte
o gosto da vida.
(era meio-dia
quando me surgiu
engrinaldada de vício).
2
cabeleira solta
mais laranja que vermelha
outro pôr-do-sol
Rodrigo Madeira
sexta-feira, 25 de maio de 2007
terça-feira, 22 de maio de 2007
petit psychotique
para d.
olhos de basalto
mostro de uva preta
vozes de contralto
dentro da cabeça
te olhei com desejo
na primeira olhada
e numa avançada
aguardei teu beijo
não há quem esqueça
teus lábios silvestres
meus lábios mereçam
quando me disseste
"você tem uma aura
negra feito as noites
corcel negro aos coices
você tem uma aura
usada a sofrer
aura, preta, coice
negra feito a noite
quase a amanhecer"
é de manhã cedo!
não te escondo a mão
guarda-me sem medo
na alucinação
Rodrigo Madeira
para d.
olhos de basalto
mostro de uva preta
vozes de contralto
dentro da cabeça
te olhei com desejo
na primeira olhada
e numa avançada
aguardei teu beijo
não há quem esqueça
teus lábios silvestres
meus lábios mereçam
quando me disseste
"você tem uma aura
negra feito as noites
corcel negro aos coices
você tem uma aura
usada a sofrer
aura, preta, coice
negra feito a noite
quase a amanhecer"
é de manhã cedo!
não te escondo a mão
guarda-me sem medo
na alucinação
Rodrigo Madeira
Catarina
É madrugada...
Indomável,
Catarina,
sopra...
vem do leste,
tão rara,
furiosa
nuvem desgarrada....
Seu olho,
desafia-dor,
frio,
a faz girar
sobre o mar,
a impulsiona
até o continente
abraçar...
Debates...
allures incertezas,
alí, paura...
lágrimas, acolá...
Todos se perguntam
Quem é Catarina,
quem é?
Agitada, ela enleia
desprende do solo,
o suor do homem
sulcando a terra
destelhando
devastando...
Nas mãos transpiradas,
medo...
no desenho da íris,
galhos,
árvores
telhas
dano
Breu...
corações enfartados,
no silêncio do pavor.....
Perplexidade...
destruição...
E, aqueles homens
ainda discutem....
Quem é Catarina,
quem é?
tempestade?
ciclone?
furacão?
Enquanto isto....
Reconstrução !
Andréa Motta
domingo, 20 de maio de 2007
Sabor do Luar
Noite de luar.
Clareando corpos e almas
mentes e desejos.
Estrelas, planetas,
cadência estelar.
O corpo veio.
O desejo ficou
com cara
de noite escura.
Deisi Perin
Clareando corpos e almas
mentes e desejos.
Estrelas, planetas,
cadência estelar.
O corpo veio.
O desejo ficou
com cara
de noite escura.
Deisi Perin
quinta-feira, 17 de maio de 2007
ContaminAção
Tudo que o Homem toca, ele contamina
desde a fonte de água cristalina
à prostituta que a sociedade discrimina.
Depois ele se orgulha em dizer:
"em homem não se pega sujeira,
porque se comparada com o homem
- até a sujeira
é coisa fina."
Cida Magalhães
desde a fonte de água cristalina
à prostituta que a sociedade discrimina.
Depois ele se orgulha em dizer:
"em homem não se pega sujeira,
porque se comparada com o homem
- até a sujeira
é coisa fina."
Cida Magalhães
sexta-feira, 11 de maio de 2007
Serpentário
O tempo, as relações entre as pessoas, os títulos, as instituições foram ficando, se já não eram antes, esquisitos. Ou recebendo intervenções de esquisitice, até se tornarem outra coisa.
Só por exemplo, as gerações começaram a referir-se umas às outras em termos de estilo de vida da década posta em questão. Anos sessenta representavam um certo modo de vestir, pentear cabelos, portar-se em público. Anos vinte eram uma mistura de cortes de cabelo, adereços no pescoço ou nas golas, danças, tornozelos à mostra. Modernos, pós-modernos, beats, punks, hippies, rappers, outros exemplos da nova nomenclatura. Vestiam-se essas décadas. Atuava-se esses pareceres. Portava-se. Referendava-se. O passado próximo.
Tudo estava acontecendo ali mesmo, num sem-tempo, onde as pessoas tinham pressa de terminar o serviço. Pra tudo se tinha pressa. Pressa de comer devagar. E ninguém tinha tempo. De fazer. O que era certo.
Ao mesmo tempo, tratavam-se de desfazerem-se do passado com rapidez. Os paradoxos prolixos foram banidos da horda da classe. Por sua vez, isso afetava todo seu sistema. O Patrimônio, as coisas feitas bonitas e caprichadas, para onde teriam que ir? Serão ruínas? Ou recordações? Quem decide é quem fica e deve pensar também no porvir. As gerações parecem ter se esquecido que o homem é o ser que se sabe. Até onde lhe caiba saber. Tudo esbarra em algo mais sólido, ou melhor, em algo potente o suficiente para fazer contenção.
Até a vida e morte se esbarram. Mas a morte não faz contenção. A vida absorve a morte.
E para o tempo, as relações, os títulos, tudo havia, uma vida ocorria além de tudo que morria; esquisito o gosto de vida daquela morte.
Continua...
Maria José de Menezes
segunda-feira, 7 de maio de 2007
sexta-feira, 4 de maio de 2007
quinta-feira, 3 de maio de 2007
Poema Só
Desejo um poema, em que a luz da lua
Serpenteie a sua aura fria no absinto azul
Marinho.
Fada verde
Tecendo mandalas enigmáticas,
Perfumadas de ópio e alecrim.
Rabisco esse poema só, para mim.
Sem o sol causticante de amarelo rajado.
Na penumbra de um sono caiado,
Me exorciza a lua negra.
Angela Gomes
Serpenteie a sua aura fria no absinto azul
Marinho.
Fada verde
Tecendo mandalas enigmáticas,
Perfumadas de ópio e alecrim.
Rabisco esse poema só, para mim.
Sem o sol causticante de amarelo rajado.
Na penumbra de um sono caiado,
Me exorciza a lua negra.
Angela Gomes
quarta-feira, 2 de maio de 2007
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