sexta-feira, 4 de julho de 2014

desiderium

como quem vê no céu

que estrelas faltam

achar em cada falta

                        o seu desejo

& assim deliberadamente

                                          desastrá-lo


Guilherme Gontijo Flores

Um comentário:

ramonlvdiaz disse...

Ainda há aqueles que chamam a Idade Média (se é que foi média em coisa alguma) de era das trevas - ainda resistem, talvez, mesmo em meios acadêmicos o cansaço dos positivismo, recondensados como se fossem um instinto humano - o que me lembre outro instinto - o espanto, o thauma, e assim o desconhecido que atravessam nossos olhos -

mas nem todo céu é fácil e permeável ao primeiro olhar... alguns demoram... na cosmologia medieval as estrelas não eram tão distantes quanto hoje; suas magnitudes só seriam preconizadas por Tycho Brahe 200 anos mais tarde... não direi que a luz de estrelas mortas ainda resistem porque é besta e nada significa - mas talvez este desgaste nas expressões, essa beatriz que volta e meia se congela, engavetamentos de física conteporânea talvez nos preste mesmo ao desastre - resta-nos atraves de diversas dinamicas e topologias esticar aquilos que chamamos ou sentimos ou esperamos que seja um centro...

um abraço


Emily Dickinson - Heaven has different signs to me


"Heaven" has different Signs—to me—
Sometimes, I think that Noon
Is but a symbol of the Place—
And when again, at Dawn,

A mighty look runs round the World
And settles in the Hills—
An Awe if it should be like that
Upon the Ignorance steals—
[...]
The Rapture of a finished Day—
Returning to the West—
All these—remind us of the place
That Men call "paradise"—

Itself be fairer—we suppose—
But how Ourself, shall be
Adorned, for a Superior Grace—
Not yet, our eyes can see—