poder do meu sangue, seu segredo
envolto em línguas antigas
faladas por homens que se proclamavam
deuses e sacerdotes e oráculos - fizeram
rituais elaborados
cânticos secretos e ciclos exaltaram,
chamando as mulheres de impuras.
os homens mataram
fizeram a guerra
para fluir o sangue, de modo tão natural
qual mulher
uma vez por mês
homens vagaram pela terra para encontrar
a paciência da gravidez
a alegria do nascimento-
a renovação do sangue.
(o terrível e sangrento segredo: Ó mulher
ouse nascer
de si mesma)
me chamem bruxa
me chamem harpia
me chamem feiticeira
me chamem louca
me chamem mulher. Não
me chamem deusa.
não quero essa posição.
Eu prefiro olhar maravilhada, uma vez por
mês meu
sangue de bruxa.
Alma Luz Villanueva/ tradução Ricardo Pozzo
Witches' Blood
power of my blood, your secret
wrapped in ancient tongues
spoken by men who claimed themselves
gods and priests and oracles – they
made elaborate rituals
secret chants and extolled the cycles,
calling women unclean.
men have killed
made war
for blood to flow, as naturally
as a woman’s
once a month–
men have roamed the earth to find
the patience of pregnancy
the joy of birth–
the renewal of blood.
(the awful, bloody secret: O woman
you dare birth
yourself)
call me witch
call me hag
call me sorceress
call me mad
call me woman. Do not
call me goddess.
I do not want that position.
I prefer to gaze in wonder, once
a month at my
witches’ blood.
Alma Luz Villanueva
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