E se cada gota de sangue
derramada
pelos fuzis e metralhadoras
automáticas
mísseis de longa distância
veículos e aeronaves
tripulados remotamente
espirrasse
na face
de quem aperta o botão?
E se os espasmos de convulsão
das crianças feridas
pelas balas perdidas
fossem reproduzidos
nos tapetes das salas
de visitas
dos senhores da guerra?
E se a terra que cobre
as valas coletivas
dos cadáveres denominados
de efeitos colaterais
fosse depositada
nos fundos dos quintais
dos que financiam
com impostos e apoio
político-midiático
este circo
de infinitos horrores?
E se todos os esqueletos
das tantas guerras injustas
e justas
ficassem expostos
permanentemente
em Versalhes
Westminster
na Praça Vermelha
da Paz Celestial
ou no salão oval
da Casa Branca?
E se os lamentos das mães
que perderam seus filhos
nos genocídios
fossem o despertador
diário
dos líderes sentados
irresponsavelmente
nos assentos confortáveis
e permanentes
do Conselho de Segurança?
Thomaz Ramalho (Buenos Aires, março/2014)
sexta-feira, 18 de julho de 2014
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