domingo, 27 de abril de 2014

Os dentes da madrugada curitibana rangem enquanto uma montanha de panos velhos aproxima-se de um apressado pacato burguês e sua sacolinha de remédios."Uma moeda por favor". Sem desviar o rosto da estrada deserta, responde: "Lamento, minha última moeda gastei nos meus remédios". Não perde seu precioso tempo procurando algum rosto entre aqueles trapos ambulantes e levanta o braço mostrando a sacola da farmácia, enquanto com a outra em punho cerrado, aperta a moeda com a efígie do presidente JK. Passos apressados na escuridão sem o farol dos carros ,passa a andar no meio da rua. Como o tempo pode ser tão longo!

Wilson Roberto Nogueira

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