quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Orí ou o Megajogador

Não sabemos ao certo se, à frente dos brâmanes ou sob tendas no deserto, aqueles que criaram o jogo de xadrez conheciam todas as possíveis analogias contidas no jogo em relação à existência humana.

Dispostas as peças no tabuleiro das probabilidades, nas quais o Real se transmuta em realidades, o xadrez torna-se um semiótico game de intrínseca estrutura.

No jogo, cada peça é limitada por seu próprio movimento, previamente determinado pela regra e, simultaneamente, pelo movimento de cada uma das outras peças. Assim igual, cada lance, limitado pelos lances anteriores.

O cavalo, por exemplo, em seu suntuoso movimento em L, se desenvolve no tabuleiro, conforme a habilidade do enxadrista em compreender e extrair, no limite da regra, qual variante o conduzirá com eficácia ao objetivo.

Quanto mais nos aproximarmos da consciência do Enxadrista Superior, ou o Megajogador, que em  Yorubá chamaríamos de Orí, mais clareza possuiríamos do sincrônico e constante movimento realizado pela espécie humana.


Ricardo Pozzo

Um comentário:

Deisi Giacomazzi disse...

Seria eu uma torre?
observar do alto ( mas não tão alto)
tantos peões?
Preferiria ser a rainha
que pode andar ou correr para todos os lados!