A vida é uma dor tranquila
indivisível
se espalha pelo teu corpo e
engasga de surpresa.
Não para morreres,
para lembrares que é dolorida
indivisível.
A mentira se engole
e te mastiga feito fosses um pedaço de bife
cru
A geografia te arranca pela raiz e
deixa tuas folhas por todas as cidades por onde passaste.
Mesmo que voltes,
não as recuperarás.
A derrota te acompanhará por todos os cantos
rondando-te,
quando menos esperares
ela te engasga
não para morreres,
para lembrares que é dolorida, a vida,
indivisível.
A morte, tu escondes no fim do labirinto da tua cabeça,
mas ela se move e tu não percebes
encontra teus pais no meio do caminho, um filho,
ou mesmo tu, perdido no próprio jardim
Mas é uma dor tranquila, a vida
tu te acostumas
passeias pelo labirinto
a colher plantas e abelhas
dormes, amas, esqueces, traveste-se, deixas a barba crescer,
sorris,lembras-te, com leveza, das folhas perdidas,
encorporas a mentira consigo,
digeres a derrota com um sal de frutas
e caminhas até quando (?)
ela te engasgar de surpresa
para que tu morras
e lembres que é dolorida, a vida,
indivisível.
Priscila Lira
sexta-feira, 3 de janeiro de 2014
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Um comentário:
Mergulho, corajosa, no inconsciente. Desvelamento da consciência reivindicado, verdadeiros pontos empregados nessas perícias filosóficas.
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