ao rum tum thomas
nunca esquecerei dos tempos dos ímpetos
( ainda mais novos do que esses nossos poucos anos
infinitíssimos
entre trapos e catraias atracadas
no úmido aroma da farra
dos urros e dos erros / tão perdoáveis
dos amigos
reunidos em volta do vinho
ou do cigarro enrolado em verdades idílicas
( próprias de um paraíso minúsculo e calmo
como os habitantes que dentro dele calmamente se amam...
calmamente
vejo chegando, um por um, vindo acoplar telúricos os seus bigodes
aos nossos imberbes delírios literários
enquanto um plenisorriso me é cuspido
no fundo minguante dos olhos, alcoólicos, chispas de Exu
e as senhoras dos apartamentos próximos
a guturalmente expressar seu medo da morte às 3 e 30 da manhã
( aliás, hora perfeita para um impudico orgasmo
rasgado, nessa cidade monárquica de onírico concreto
murros e muros numa curitiba grávida de outra lua [ quadrada ]
para que não se pareça nada com o cu do mundo
e sim opaca como o clima das conversas do elevador
polar
sobre o ar / na coluna do tempo
tortas vértebras ressoam um som russo de flautas
talvez do jazz pulsando em nossos beiços recheados de fúria
e febre
enquanto sentimos
os dedos lambrecados da sacarose que esvazia a noite
: pérolas negras e víscidas
liquefeitas diante de nossos olhos
repletos de ácido ultralisérgico
( aspergindo
no fervor caótico da juventude
têmperas irrevogáveis de liberdade
( chaleira em que borbulham todas as ordens possíveis e, principalmente
as impossíveis,
momentos nos quais a luz espontaneamente
se esculpe.
M. R. Mello
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