terça-feira, 27 de novembro de 2007
Homem Bomba
o homem bomba
leva duas
bombas
dentro de si
a caixa torácica
um paiol
em polvorosa
um estopim
com mero piscar
clic de homero
clip de ovídio
a outra
a bomba
em si
primevo coração
se esvai
se explode
corpo e pólvora
a um só tempo
seta alvo e meta
que vai pro ar
que cai no chão
que cai em si
um caixão de cinzas
Amarildo Anzolin
leva duas
bombas
dentro de si
a caixa torácica
um paiol
em polvorosa
um estopim
com mero piscar
clic de homero
clip de ovídio
a outra
a bomba
em si
primevo coração
se esvai
se explode
corpo e pólvora
a um só tempo
seta alvo e meta
que vai pro ar
que cai no chão
que cai em si
um caixão de cinzas
Amarildo Anzolin
sábado, 24 de novembro de 2007
Revoada
Na perfeita coreografia do vento
agitadas maritacas
espalham pelo céu de inverno
as lembranças do verão.
Andrea Motta
agitadas maritacas
espalham pelo céu de inverno
as lembranças do verão.
Andrea Motta
Reflexo exterior
Na solidão plena é que ouço
minhas entranhas a me chamar.
Apelos fracos e débeis
que se confundem
com sonhos e cansaço.
Ilusão de um mundo real.
Há um mundo real.
Sou transição entre dois mundos.
Solidão.
As obras são maravilhosas,
mas não bastam.
As pessoas são amigas ,
mas ausentes.
Só o tempo sente a presença.
Mas nós não temos tempo
e somos ausentes .
Temos , mas não somos.
Só vemos o reflexo da própria vida.
Nem conhecemos a nós próprios,
só o eu-superfície do espelho.
As mãos estão muito ocupadas.
Os olhos estão muito ocupados.
Estamos presos e não sabemos,
e nem queremos saber...
Amarrados ao tempo ,
servos dos horários .
Somos apenas reflexos
andando na multidão.
Deisi Perin
minhas entranhas a me chamar.
Apelos fracos e débeis
que se confundem
com sonhos e cansaço.
Ilusão de um mundo real.
Há um mundo real.
Sou transição entre dois mundos.
Solidão.
As obras são maravilhosas,
mas não bastam.
As pessoas são amigas ,
mas ausentes.
Só o tempo sente a presença.
Mas nós não temos tempo
e somos ausentes .
Temos , mas não somos.
Só vemos o reflexo da própria vida.
Nem conhecemos a nós próprios,
só o eu-superfície do espelho.
As mãos estão muito ocupadas.
Os olhos estão muito ocupados.
Estamos presos e não sabemos,
e nem queremos saber...
Amarrados ao tempo ,
servos dos horários .
Somos apenas reflexos
andando na multidão.
Deisi Perin
Guerreira
Sou guerreira , sou forte.
Descendente direta do século XX.
Filha dos anos 60.
Corre em minhas veias
séculos de costumes e opressões ;
arte e ideologias .
Sou peça principal
no mosaico de minha vida ,
e peão em tantos outros .
Tentando espantar a miserabilidade
do mundo massacrante.
Nada está pronto
estando quase acabado .
Deisi Perin
Descendente direta do século XX.
Filha dos anos 60.
Corre em minhas veias
séculos de costumes e opressões ;
arte e ideologias .
Sou peça principal
no mosaico de minha vida ,
e peão em tantos outros .
Tentando espantar a miserabilidade
do mundo massacrante.
Nada está pronto
estando quase acabado .
Deisi Perin
quarta-feira, 21 de novembro de 2007
sábado, 17 de novembro de 2007
sexta-feira, 16 de novembro de 2007
Entre linhas
aquele dia em que o vento soprou
bem longe
este dia colorido lá fora
desta burocracia cinza
esse dia que te dou
não quer
Rodrigo Ceccon
bem longe
este dia colorido lá fora
desta burocracia cinza
esse dia que te dou
não quer
Rodrigo Ceccon
quinta-feira, 15 de novembro de 2007
quarta-feira, 14 de novembro de 2007
Sé
Palmeiras imperiais
Abóbodas sacramentais
Ternos bem passados
Na frente do poder
Não escondem a nudez
Da pobreza interior
Que sofrem os ricos
moradores do nada.
Assim estreiam:
sanduíches mordidos
Sucos devolvidos
Sapatos esquecidos
Aqueles que ocupam
O mesmo espaço
dos que anunciam a paz.
À noite despertam
Recebem ajuda
Lêem notícias novas
Da manhã passada
Espalhadas pelas calçadas
Como cobertor.
Assim andam de mãos dadas :
Poder e Clero
Num relacionamento incestuoso
Que gera e cria
Como uma filha mimada
A miséria humana.
Edileidi Cañete
Abóbodas sacramentais
Ternos bem passados
Na frente do poder
Não escondem a nudez
Da pobreza interior
Que sofrem os ricos
moradores do nada.
Assim estreiam:
sanduíches mordidos
Sucos devolvidos
Sapatos esquecidos
Aqueles que ocupam
O mesmo espaço
dos que anunciam a paz.
À noite despertam
Recebem ajuda
Lêem notícias novas
Da manhã passada
Espalhadas pelas calçadas
Como cobertor.
Assim andam de mãos dadas :
Poder e Clero
Num relacionamento incestuoso
Que gera e cria
Como uma filha mimada
A miséria humana.
Edileidi Cañete
sábado, 10 de novembro de 2007
sexta-feira, 9 de novembro de 2007
Dedicado ao meu amigo Túlio
(Contradito ao poema dele, intitulado ..., MEGAMERDA).
Infinda Vida
Sou moderno se levar à consideração a idade,
Que não permito, se torne para mim, um covil,
Com nada me entorpeço, jamais me aprisiono,
Minha luz resplandecente é simples e natural,
Não preciso de abrigos, pois não sou domado.
É impensável me deixar vencer pelo concreto,
Pois a maus humores ..., sou osmótico,
E sicários, comigo não se criam,
Já que minha verve é faca maior e mais afiada.
Se a manada é domada, não me revolto,
Me entristeço com os revoltados,
Digiro hodiernamente o plasma convencionado
Para que seja possível e não indigesto, o lato viver.
Desperto sou à verdade, mas não esperto à vida,
Minhas cores vibrantes se espraiam no húmus nigru,
Criando adjeta sinfonia pura e poética,
Propalada por voz suave, mas plena,
Para poucos que não se fazem moucos,
Em qualquer ponto da cidade ou do interior.
E que não haja orgulho desmedido,
Mas abertura, inteligência e mega vida,
Giga proporção em stricta igualdade
Meta em existência e infinita à consciência.
Passa o tempo tão medido, em desmedida proporção,
Silente no vácuo, que sabe do espaço vazio,
Derrubando o volume das cruzes aos montes,
Descendo dos montes as cruzes,
Recuperando a língua em não homomorfismo,
Em dialética xenófila que também é atual.
Eras humanas geram esgotos pútridos,
Perfume, só é natural nas flores.
A besta fera bufa, quem dera fosse estéril,
Feras incestas dançam funk e não dão Break,
Seguem como máquinas,
Em desengrenagens psicológicas,
Vomitam a bílis que não conseguem ruminar,
De um intestino proceder.
Multidão emparedada e sem casta,
Nano lumem de conduta caótica,
De quem tem a vida lerda,
Micropartícipe do nada.
Em bíblicos repercurssores da mesmice,
Asfixiante veneno ao existir das pessoas,
Que acéfalas usam o crânio como capacete oco,
Por viverem sobre cinzas do passado.
Olinto A. Simões
(Contradito ao poema dele, intitulado ..., MEGAMERDA).
Infinda Vida
Sou moderno se levar à consideração a idade,
Que não permito, se torne para mim, um covil,
Com nada me entorpeço, jamais me aprisiono,
Minha luz resplandecente é simples e natural,
Não preciso de abrigos, pois não sou domado.
É impensável me deixar vencer pelo concreto,
Pois a maus humores ..., sou osmótico,
E sicários, comigo não se criam,
Já que minha verve é faca maior e mais afiada.
Se a manada é domada, não me revolto,
Me entristeço com os revoltados,
Digiro hodiernamente o plasma convencionado
Para que seja possível e não indigesto, o lato viver.
Desperto sou à verdade, mas não esperto à vida,
Minhas cores vibrantes se espraiam no húmus nigru,
Criando adjeta sinfonia pura e poética,
Propalada por voz suave, mas plena,
Para poucos que não se fazem moucos,
Em qualquer ponto da cidade ou do interior.
E que não haja orgulho desmedido,
Mas abertura, inteligência e mega vida,
Giga proporção em stricta igualdade
Meta em existência e infinita à consciência.
Passa o tempo tão medido, em desmedida proporção,
Silente no vácuo, que sabe do espaço vazio,
Derrubando o volume das cruzes aos montes,
Descendo dos montes as cruzes,
Recuperando a língua em não homomorfismo,
Em dialética xenófila que também é atual.
Eras humanas geram esgotos pútridos,
Perfume, só é natural nas flores.
A besta fera bufa, quem dera fosse estéril,
Feras incestas dançam funk e não dão Break,
Seguem como máquinas,
Em desengrenagens psicológicas,
Vomitam a bílis que não conseguem ruminar,
De um intestino proceder.
Multidão emparedada e sem casta,
Nano lumem de conduta caótica,
De quem tem a vida lerda,
Micropartícipe do nada.
Em bíblicos repercurssores da mesmice,
Asfixiante veneno ao existir das pessoas,
Que acéfalas usam o crânio como capacete oco,
Por viverem sobre cinzas do passado.
Olinto A. Simões
quarta-feira, 7 de novembro de 2007
Viagem
Solitária viagem ao eu profundo.
Tão fundo que quase não consegue voltar.
Percorrendo como andarilho
a vasta extensão de sentimentos.
errante jornada humana em busca de sentido.
Peregrina ingênua e atrevida.
Alegre menina a restaurar a vida.
A eterna caravana de eus
se dissolve e se agrupa
para escapar das tocaias
de realidade onipresente.
Sou alienígena de mim mesma?
Fui abduzida para meu interior
e não reconheço onde estou?
Ou é apenas um dos viajantes
reclusos do mesmo invólucro
que tenta aparecer na janela d' alma
e tumultua todo andamento capenga do Ser ?
Qual é a razão da viagem?
Qual é a origem da volta ?
Qual é o significado da vida?
Solitária Sou
Fui.
Deisi Perin
Tão fundo que quase não consegue voltar.
Percorrendo como andarilho
a vasta extensão de sentimentos.
errante jornada humana em busca de sentido.
Peregrina ingênua e atrevida.
Alegre menina a restaurar a vida.
A eterna caravana de eus
se dissolve e se agrupa
para escapar das tocaias
de realidade onipresente.
Sou alienígena de mim mesma?
Fui abduzida para meu interior
e não reconheço onde estou?
Ou é apenas um dos viajantes
reclusos do mesmo invólucro
que tenta aparecer na janela d' alma
e tumultua todo andamento capenga do Ser ?
Qual é a razão da viagem?
Qual é a origem da volta ?
Qual é o significado da vida?
Solitária Sou
Fui.
Deisi Perin
terça-feira, 6 de novembro de 2007
Despertar
há esta menina que me espera impaciente. o corpo de terremoto adiado. como uma revoada de vespas, sorri - talvez o sorriso que monalisa não pôde. será uma fúria? diz coisas na língua das flores, quase se faz entender, prestes a traduzí-la, e súbito, põe-se a falar na língua franca dos peixes de águas fundas. Espero a fio, o dia em que me deixará, sem esboçar sequer o arco-íris. Nas tardes de verão me arrasta pelo braço, ao redor de galerias, como uma enchente ou um carnaval de rua; e á noite, sob meu corpo, mais molhada que de manhã cedinho, secreta um orvalho ácido que inaugura por dentro os dias.
de repente a menina de antes que eu nunca vira: respiração monótona, incapaz de comoções e ventos, sua presença de passarinho morto, o vulcão já extinto, as mãos abertas, a língua que é a minha, os olhos que perderam aquele brilho da bomba, a especiosa nudez, ora desenganada, sem trás-dos-montes, sem morte na esquina, sem horizontes de abandono, sem caminhos de sustos, sem esfinge na encruzilhada das pernas.
crisálida de trás pra frente, observo-a pela primeira - última - vez... vesti-me e ganho a rua sem fazer barulho ou lágrimas. a aurora será sempre um acontecimento.
Tempestade
Raios descrevem estranhas retas
no obscuro céu da vida
As luzes desenham
raios de dores em agonia.
Não há luar.
Não há estrelas.
Só clarões cíclicos.
Iluminando medos.
Um furacão de imagens
preenche e atormenta
as lacunas da ansiedade.
O desespero rompe
em tempestades de lágrimas
molhando mente e alma.
E o espírito em desespero
se acalma novamente
para um novo
revoar de vida.
Renascendo em cada amanhecer.
Deisi Perin
no obscuro céu da vida
As luzes desenham
raios de dores em agonia.
Não há luar.
Não há estrelas.
Só clarões cíclicos.
Iluminando medos.
Um furacão de imagens
preenche e atormenta
as lacunas da ansiedade.
O desespero rompe
em tempestades de lágrimas
molhando mente e alma.
E o espírito em desespero
se acalma novamente
para um novo
revoar de vida.
Renascendo em cada amanhecer.
Deisi Perin
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