quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

esta parede é branca e negra


minha mão não tem mais linhas
não escrevo a palavra sociedade para não estragar o poema
escrevo dadá, da dor ameríndia
à dupla caipora, vou fora
do dito populírico, pular o popular, ir de encontro ao combo
: poeta, pastor e popstar
ler o escombro e o emparedamento
o fragmento, saber de cor o nó
minha mão não tem mais formigas
a usura é o ******* (ilegível) do pound, a estrutura,
porém concreta, na urdidura
do estar, no mundo mesmo
de lama e limo, no povo
não escrevo a palavra povo que estraga o poema
‘fragmentos’ para coriolano,
os micróbios, seu limes
de bicho e estátua,
na praça o poema estraga,
pulo fora da palavra
baixa, encaro a cara,
não diferem, no entanto,
cada uma seu canto
canto

Ricardo Pedrosa Alves

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