terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

o suspiro da chuva
angustia a manhã.

O sol não se percebe só
sabe da presença pura
e ácida lágrima
amarga da fábrica
sangue translucido da natura.

O pranto seco das mães estéreis
sonham filhos de almas recusadas
acefalia falando aos espíritos
todas as ausências de todas as cores
do sol negro da fábrica a germinar
pastagens de espumas em lagos sulfurosos
em cada fio de fumaça um fantasma
como aquela criança pálida coberta de pústulas
que brinca em sua margem.

O amanhã.

Wilson Roberto Nogueira