Ela lhe fala que existiu, trespassada por três espadas
Ele lhe faz sopa de letrinhas
Ela lhe fala que viu tempestades, ao chegar
Ele lhe faz molho de figos
Ela lhe fala que viveu em poeira, em dor
Ele lhe diz que há prazeres reservados
Ela lhe fala que trabalhou com as mãos
Ele deixa a louça por lavar, singelo
Ela lhe diz que sentiu as três espadas
Ele abre um livro, navio passando
Ela lhe diz de espinhos, de cabelos arrancados
Ele lhe diz de velhos cães, de poesia
Ela lhe diz de uma certa cura
Ele lhe serve torta, a massa trabalhada
Ela o beija, sincera, tonta, temerária
Ele espera, espera, espera, espera
Ela se espraia, como praia
Ele fica, e vem, como o navio ao cais
Cláudia Lopes Bório
sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
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