sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Lacrada

O mau cheiro que vinha da casa lacrada começou a ser sentido pelos vizinhos. Um dia umas crianças travessas arrebentaram o lacre de barro. Dentro, o cadáver dela em decomposição.

Especulações.

Um vizinho disse que sempre ouvia os sons de briga: "Discussões por minhocas da vida".

Outro disse que viu quando o parceiro dela lacrava a porta da casa, retirando-se noite adentro sem olhar para trás. Em busca de um voo solitário.

Mas nada ficou provado e sequer o acharam.

Só se sabe que foi achado o cadáver da fêmea do João de Barro dentro da casa lacrada de barro.


Susan Blum

Um comentário:

Anônimo disse...

Extraído do livro [Novelos nada Exemplares] de Susan Blum, lançado pela Amplexo Editora, no final de 2010