segunda-feira, 8 de março de 2010

Autoepitáfio

Mal poeta apaixonado pela lua,
não teve mais fortuna que o espanto;
e foi suficiente pois não sendo santo
sabia que a vida é risco ou abstinência,
que toda grande ambição é grande demência
e que o mais sórdido horror tem seu encanto.
Viveu para viver que é ver a morte
como algo cotidiano diante do qual posicionamos
um corpo esplêndido ou toda nossa sorte.
Soube que o melhor é aquilo que deixamos
– precisamente porque nos vamos.
Todo o cotidiano resulta aborrecido,
só há um lugar para viver, o impossível.
Conheceu a prisão, o ostracismo,
o exílio, as múltiplas ofensas
típicas da vileza de um irmão, de uma irmã;
mas sempre o escoltou certo estoicismo
que o ajudou a caminhar por cordas tensas
ou desfrutar o esplendor de uma manhã.
E quando já cambaleava surgia uma janela
pela qual se lançava ao infinito.
Não quis cerimônia, discurso, pena ou grito,
nem um túmulo de areia onde deitar o esqueleto
(nem depois de morto ele quis viver quieto).
Ordenou que suas cinzas fossem lançadas ao mar
onde haverão de fluir constantemente.
Não perdeu o costume de sonhar:
espera que em suas águas mergulhe algum adolescente.

Reinaldo Arenas (1943-1990)*

trad. rodrigo madeira (em homenagem a Lula, Josef Dirceu etc – “et caterva”. A todos os que engraxam, com a baba bovina da retórica, as botas do Fidel).
*Reinaldo Arenas, poeta cubano. Lutou ao lado dos revolucionários contra a ditadura de Fulgêncio Batista. Homossexual assumido, mais tarde foi perseguido pela ditadura castrista e enviado a um campo de reeducação da UMAP, Unidad Militar de Ayuda à la Producción (sic), centro de readaptação sexual e social para cidadãos de “conduta imprópria”. Foi proibido de publicar (a livre-expressão era sinônimo de contra-revolução). Viveu clandestinamente em seu país até exilar-se nos EUA, onde se tornou sucesso de público e crítica. Em 1990, contaminado pela AIDS – quando esta doença tinha a reputação da peste bubônica entre os medievais -, suicidou-se. Dez anos depois sua autobiografia, “Antes que anoiteça”, foi adaptada para o cinema, estrelando Javier Barden, e venceu o Festival de Veneza.
ps – não sei qual exatamente o recorte histórico-ideológico adotado pela recente exposição de poetas latino-americanos na BPP, mas senti imensamente a falta de Reinaldo...

12 comentários:

Tullio Stefan disse...

Se viver é um vício, como diria um poeta, sonhar não apenas responde porque vivemos,responde também, porque morremos.

Do mais, a ditadura fidelista, só tem fidelidades a uma autocracia hipócrita que se disfarça o socialismo do evasivo; extremos governamentais, na enorme maioria das vzs só atrai a simpatia de vassalos.

T.S.

Paulo Ugolini disse...

A tradução da palavra "arena" tem uma conotação interessante nesse caso, não tem? Apresenta para o tradutor uma dicotomia insuperável, que tem que escolher entre verter o sentido ou a ressonância com o nome do poeta. Rodrigo escolheu o sentido, que faz aparecer a imagem de um túmulo de areia; mas poderia ter traduzido também por "túmulo de arena", que traria uma imagem outra, bélica. Nâo se pode ter tudo.
Quanto ao recorte temático da escolha dos poetas, talvez nos sobre o mesmo limite. Ou denunciamos a prisão e expatriação de um poeta, ou a prisão e a morte famélica de um opositor, primeiro em quarenta anos, ou também podemos escolher denunciar a morte de centenas de brasileiros todos os dias, expatriados em sua abstenção de direitos, de fome ou falta de cuidado médico. Coisa que na ilha do barbudo não acontece.

Anônimo disse...

puta!! essa conversa é antiga e mofada.
o pessoal não sabe o que acontece por lá. não tem a menor noção. são essas pessoas que jogam no lixo o liberalismo político (cuja tradição remonta a locke e diderot)em nome de seus afetos ideológicos.
Gente, cuba é um país-cárcere!! Eu não estou defendendo as bandalhas da política brasileira (agora praticadas pela sacrossanta esquerda petista). ou é isso ou é o ataque à pol. externa americana. por que as pessoas não conseguem dizer: "é um absurdo e ponto". por que sempre a discussão tem de cair nesse defensivismo besta? nesse raciocínio dicotômico da guerra fria? não dá, simplesmente não dá pra defender uma DITADURA DE 50 ANOS, com perseguições e assassinatos, mesmo que ela houvesse instalado o paraíso na terra - o que, todos sabemos, não é o caso.
quem quiser viver na ilha do fidel, que criou uma clivagem de classes brutal - os burocratas do partido e agora os turistas endinheirados de um lado, e o resto do povo cubano de outro -, levante a mão!

o estado democrático de direito, com todas as imperfeições inerentes à condição humana, não é uma insidiosa invenção pequeno burguesa. é um valor inegociável, assim como os direitos humanos... já o socialismo real, uma máquina de moer almas.

eu tbm já defendi a "ilha do dr.no" qd era moleque e impressionável, totalmente suscetível à bonomia e às platitudes do sebastianismo revolucionário. che, fidel, stalin, trotski, lênin - como, antes deles, robespierre - não passaram de sociopatas que "amavam a humanidade".
como diz o gabeira, uma hora a gente tem de "aterrisar na verdade" e crescer...

r.m.

ps - nos anos 90, depois da queda da URSS, houve uma fome brutal na ilha de que pouco se fala. ainda hoje as crianças - providas de leite estatal até os 6,7 anos - depois são abandonadas à míngua e, por falta de cálcio, perdem seus dentes. as mães chegam a usar argamassa pra tentar segurá-los na boca de seus filhos. e essa é só uma das histórias (não estórias contadas pelo frei beto, devoto de Chesus, ou sei lá quem. vide o relato de pessoas que estiveram lá, de forma independente, como o demétrio magnoli e outros, sem serem pajeados por burocratas que maquiam a realidade...)

Anônimo disse...

puta!! essa conversa é antiga e mofada.
o pessoal não sabe o que acontece por lá. não tem a menor noção. são essas pessoas que jogam no lixo o liberalismo político (cuja tradição remonta a locke e diderot)em nome de seus afetos ideológicos.
Gente, cuba é um país-cárcere!! Eu não estou defendendo as bandalhas da política brasileira (agora praticadas pela sacrossanta esquerda petista). ou é isso ou é o ataque à pol. externa americana. por que as pessoas não conseguem dizer: "é um absurdo e ponto". por que sempre a discussão tem de cair nesse defensivismo besta? nesse raciocínio dicotômico da guerra fria? não dá, simplesmente não dá pra defender uma DITADURA DE 50 ANOS, com perseguições e assassinatos, mesmo que ela houvesse instalado o paraíso na terra - o que, todos sabemos, não é o caso.
quem quiser viver na ilha do fidel, que criou uma clivagem de classes brutal - os burocratas do partido e agora os turistas endinheirados de um lado, e o resto do povo cubano de outro -, levante a mão!

o estado democrático de direito, com todas as imperfeições inerentes à condição humana, não é uma insidiosa invenção pequeno burguesa. é um valor inegociável, assim como os direitos humanos... já o socialismo real, uma máquina de moer almas.

eu tbm já defendi a "ilha do dr.no" qd era moleque e impressionável, totalmente suscetível à bonomia e às platitudes do sebastianismo revolucionário. che, fidel, stalin, trotski, lênin - como, antes deles, robespierre - não passaram de sociopatas que "amavam a humanidade".
como diz o gabeira, uma hora a gente tem de "aterrisar na verdade" e crescer...

r.m.

ps - nos anos 90, depois da queda da URSS, houve uma fome brutal na ilha de que pouco se fala. ainda hoje as crianças - providas de leite estatal até os 6,7 anos - depois são abandonadas à míngua e, por falta de cálcio, perdem seus dentes. as mães chegam a usar argamassa pra tentar segurá-los na boca de seus filhos. e essa é só uma das histórias (não estórias contadas pelo frei beto, devoto de Chesus, ou sei lá quem. vide o relato de pessoas que estiveram lá, de forma independente, como o demétrio magnoli e outros, sem serem pajeados por burocratas que maquiam a realidade...)

Paulo Ugolini disse...

r.m., se por acaso você for o Rodrigo Madeira, autor da tradução, faça um favor à democracia e, de cara limpa, assine com seu usuário Google os comentários que postar. A internet é uma ferramenta muito poderosa de alienação para que se corra o risco de debater com sombras.
Mas concedo, caso apareça uma resposta educada e racional, e mesmo esperando pela frente o pior, contrapor a sua desqualificação desqualificada ao meu comentário em outro futuro. Permita que eu diga agora apenas porque a chamo desqualificada, para que se saiba porque estou escrevendo.
Seu ataque é baixo. Eu não chamei sua tradução, nem a si, nem o poeta nem o poema por esse calão raso que você emprega. Não nos conhecemos mais do que superficialmente, então me poupe da sua baba.
Além de baixo, o seu comentário é pueril, por chamar defesa de defensismo, sacudindo palavrões e faltando com argumentos. Não é desqualificar minha opinião transformá-la no pantagruel com uma boca cheia de mentiras que eu não disse.
É baixo, pueril e sectário, pois chamar alguém como Demétrio Magnoli de fonte independente é uma piada acadêmica.
Por fim, além de baixo, pueril, e sectário, é dogmático, finalista e metafísico. Isto basta que seja apontado, porque não pretendo contrapor razões à fé. A crença fukuyamaista na fórmula perfeita do liberalismo, que nasceu de um caldo condigno de tradições aristocráticas, fede mais a mofo do que as barbas do velho ditador, basta saber distinguir seu cheiro. Dividem a mesma vala os que querem o socialismo e o liberalismo a qualquer custo; desse debate eu me abstenho.

PS: você que não sabe onde andam as minhas fidelidades políticas, não finja que as conhece. Tome por exemplo minha atitude, que mesmo quando li as suas, não as ataquei de maneira tão vazia.

Anônimo disse...

só uma emenda a esse comentário desaforado (mas não desarvorado):
tradição liberal que remonta a locke e montesquieu... smith também, é claro, embora precise ser reinterpretado e adaptado a novas complexidades. não posso deixar de ser pelo mercado (ainda que com controles relativos que coibam a ganância desmedida e a irresponsabilidade cívica), contra a planificação econômica e espiritual. só num estado democrático de direito, e com livre mercado, um socialista pode ser (só lamento) quem ele é, e eu tenho a liberdade para ser quem eu sou. imagine se eu tivesse escrito esse post acima lá em cuba. agora eu estaria totalmente sobressaltado, "frestando" na janela...

r.m.

Anônimo disse...

pô, todo mundo sabe que eu sou o rodrigo madeira. os meus comentários nunca foram anônimos. em todo caso, muito prazer.

era isso que eu queria mesmo, polemizar. fui agressivo com certeza, mas disse algo.
não fiquei apenas na "indignadinha" gagueira ideológica...

"fukuyama... justiça social... errr...neoliberal... viva cuba, hasta la vitória!"

deve ter até babado na gravata, pra lembrar o saudoso nelson rodrigues.

e pra lembrá-lo mais uma vez: "a ignorância é uma força da natureza, a ignorância é a pedra da gávea".

a única coisa que vc fez, além de relativizar uma ditadura, foi me associar à figura risível do fukuyama. eu quero ver musculatura intelectual, não esse chororô tautolôgico e esquemático de um espírito planificado.

a palavra "perfeita" não existe no meu dicionário. como é que algo que nasce do homem pode ser perfeito, se o homem é precipuamente imperfeito? essa é uma pergunta que deve ser feita a todos os utopistas. o pondé tem razão: o homem é este arco que vai de um espírito infinito a um animal abatido... e acrescento: do amor ao asco, do poder ao patético.

mas, tergiversações-noves-fora, o que quero dizer com isso é:
a esquerda socialista precisa ser desmascarada neste país e no mundo, assim como a direita criminosa foi.
os socialistas são capazes de atrocidades em nome da reengenharia social, assim como o nazistas o faziam em nome da reengenharia racial. a meu ver, elas por elas. stalin matou nos gulags menos do que hitler nos campos de concentração?
não importa a cor, o rótulo, o hino e a bandeira: abaixo o cerceamento institucional à liberdade de pensamento e expressão. se alguém sair com uma bandeira nazista às ruas, será preso; mas a bandeira soviética está em todas. basta um greve dos ascensoristas das mercês pra foice e o martelo aparecerem, impunemente.

a gente precisa dizer a verdade, toda a verdade. é fácil chutar o pinochet e o médice (e eu tbm chuto, com o maior prazer), mas é preciso ser honesto e coerente pra fazer o mesmo com o fidel.
na época da ditadura militar havia menos crianças de ruas e violência urbana do que hoje no brasil, mas nem por isso eu vou defender a caserna. não importa se é vermelhinho ou verde-oliva. abaixo todos eles. a história não tardará em mostrar quem é o fidel e sua turma, como não tardou em mostrar quem foi stalin.
a questão é principiológica. não dá, com um mínimo de honestidade, pra fazer acrobacias mentais e retóricas para justificar as cagadas exangues da esquerda socialista. ou se é pela democracia, pela liberadade de opinião e escolha, ou se é um autômato da hipocrisia e da barbárie, se não for (nos países socialistas) um preso político e um assassinado ou (nos países onde existe o politicamente correto ditado pelas esquerdas) um "monstro reacionário insensível às injustiças do mundo".

(continua...)

Anônimo disse...

na suécia dos anos 70 existia o partido maoísta. percebe? hoje, no brasil liberal (o que é uma piada conceitual no país que mais tributa e gasta com previdência em todo o mundo, no país onde há um avanço inabalável do clientelismo cordial - algo já diagnosticado pelo sérgio buarque de hollanda, em "raízes do brasil"), no brasil liberal dos petistas - que colhem indebitamente, como nunca antes na história desse país, os frutos econômicos dos "entreguistas" tucanos, ufa -, existe a possibilidade de que um mal educado do caralho como eu diga o que pensa, e mesmo que um fanático guevarista defenda um golpe de estado, ou um mendigo alcoolizado pregue a segunda vinda de cristo.
é por isso que eu não queria ser cubano. pra quê? pra ter minha ração de comida e papel higiênico, desde que eu abra mão de minha liberdade intelectual e me torne um boi ideológico? logo eu, que sou exemplo bem acabado, personificação do traidor contra-revolucionário na contramão da História? com certeza eu ia ter uma elucidativa preleção (com direito a telefone - nos ouvidos) marxista-leninista numa sala de aula do quartel mais próximo.

o brasil é uma democracia em vias de construção, mas, se limparmos o terreno de todo anacronismo e bolor ideológico, além das relações sociais e políticas envenenadas pelo corporativismo e pela corrupção, podemos chegar lá, a uma sociedade mais justa e eficiente. já o cubano que quiser isso, justiça e eficiência e liberdade, chegará no máximo a miami ou ao paredão.

um abraço, paulo,
y viva la revolución!

ps - sem sacanagem... se vc quiser tomar café qualquer dia desses e me explicar melhor suas opiniões, eu topo, amistosamente. prometo me comportar...

Anônimo disse...

pô, todo mundo sabe que eu sou o rodrigo madeira. os meus comentários nunca foram anônimos. em todo caso, muito prazer.

era isso que eu queria mesmo, polemizar. fui agressivo com certeza, mas disse algo.
não fiquei apenas na "indignadinha" gagueira ideológica...

"fukuyama... justiça social... errr...neoliberal... viva cuba, hasta la vitória!"

deve ter até babado na gravata, pra lembrar o saudoso nelson rodrigues.

e pra lembrá-lo mais uma vez: "a ignorância é uma força da natureza, a ignorância é a pedra da gávea".

a única coisa que vc fez, além de relativizar uma ditadura, foi me associar à figura risível do fukuyama. eu quero ver musculatura intelectual, não esse chororô tautológico e esquemático de um espírito planificado.

a palavra "perfeita" não existe no meu dicionário. como é que algo que nasce do homem pode ser perfeito, se o homem é precipuamente imperfeito? essa é uma pergunta que deve ser feita a todos os utopistas. o pondé tem razão: o homem é este arco que vai de um espírito infinito a um animal abatido... e acrescento: do amor ao asco, do poder ao patético.

mas, tergiversações-noves-fora, o que quero dizer com isso é:
a esquerda socialista precisa ser desmascarada neste país e no mundo, assim como a direita criminosa foi.
os socialistas são capazes de atrocidades em nome da reengenharia social, assim como os nazistas o faziam em nome da reengenharia racial. a meu ver, elas por elas. stalin matou nos gulags menos do que hitler nos campos de concentração?
não importa a cor, o rótulo, o hino e a bandeira: abaixo o cerceamento institucional à liberdade de pensamento e expressão. se alguém sair com uma bandeira nazista às ruas, será preso; mas a bandeira soviética está em todas. basta uma greve dos ascensoristas das mercês pra foice e o martelo aparecerem, impunemente.

a gente precisa dizer a verdade, toda a verdade. é fácil chutar o pinochet e o médice (e eu tbm chuto, com o maior prazer), mas é preciso ser honesto e coerente pra fazer o mesmo com o fidel.
na época da ditadura militar havia menos crianças de ruas e violência urbana do que hoje no brasil, mas nem por isso eu vou defender a caserna. não importa se é vermelhinho ou verde-oliva. abaixo todos eles. a história não tardará em mostrar quem é o fidel e sua turma, como não tardou em mostrar quem foi stalin.
a questão é principiológica. não dá, com um mínimo de honestidade, pra fazer acrobacias mentais e retóricas para justificar as cagadas exangues da esquerda socialista. ou se é pela democracia, pela liberdade de opinião e escolha, ou se é um autômato da hipocrisia e da barbárie, se não for (nos países socialistas) um preso político e um assassinado ou (nos países onde existe o politicamente correto ditado pelas esquerdas) um "monstro reacionário insensível às injustiças do mundo".

(continua...)

Anônimo disse...

na suécia capitalista dos anos 70 existia o partido maoísta. percebe? hoje, no brasil liberal (o que é uma piada conceitual no país que mais tributa e gasta com previdência em todo o mundo, no país onde há um avanço inabalável do clientelismo cordial - algo já diagnosticado pelo sérgio buarque de hollanda, em "raízes do brasil"), no brasil liberal dos petistas - que colhem indebitamente, como nunca antes na história desse país, os frutos econômicos dos "entreguistas" tucanos, ufa -, existe a possibilidade de que um mal educado do caralho como eu diga o que pensa, e mesmo que um fanático guevarista defenda um golpe de estado, ou um mendigo alcoolizado pregue a segunda vinda de cristo.
é por isso que eu não queria ser cubano. pra quê? pra ter minha ração de comida e papel higiênico, desde que eu abra mão de minha liberdade intelectual e me torne um boi ideológico? logo eu, que sou exemplo bem acabado, personificação do traidor contra-revolucionário na contramão da História? com certeza eu ia ter uma elucidativa preleção (com direito a telefone – nos ouvidos) marxista-leninista numa sala de aula do quartel mais próximo.

o brasil é uma democracia em vias de construção, mas, se limparmos o terreno de todo anacronismo e bolor ideológico, além das relações sociais e políticas envenenadas pelo corporativismo e pela corrupção, podemos chegar lá, a uma sociedade mais justa e eficiente. já o cubano que quiser isso, justiça e eficiência e liberdade, chegará no máximo a miami ou ao paredão.

um abraço, paulo,
y viva la revolución!

r.m.

ps - sem sacanagem... se quiser tomar um café qq dia desses para, desarmados de perdigotos, discutirmos a questão, eu topo. prometo me comportar...

Pó & Teias disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Rodolfo Brandão de Proença Jaruga disse...

Interessante mesmo, além da surpreendente classe da dicção paulina, é a capciosa expressão "fidelidades políticas". Ou não?