terça-feira, 27 de outubro de 2009

Bubble

Aqui não tenho destino; enxergo, ainda faminta, um pequeno cristal rompendo a penumbra daquelas noites tão ensurdecedoras. Desses dias moídos, o corpo gritando inutilmente, - um alento - a pedra ou a faca vertendo o céu em um prazer único, aquele que nunca virá. Recortes de construções, reformas paleozóicas, grandes passos contorcendo o corpo e chegando à Europa, distante... Noites próximas: na minha reconstrução, o que virá? Ouço o silêncio dos flashes, pequenas ondas quebrando na areia e o distender do joelho esquerdo, enquanto o direito jaz. Juntando sempre pedacinhos de papel, pois a palavra é sem destino, tanto quanto isto aqui, e a mão que conduz, e o corpo derretendo a cada instante quando "não" e ainda se precisa estar. Uma expansão ressonante, enquanto a menina densa encolhe seu corpo e acomoda seus cabelos sobre o travesseiro, o sol chega batendo nas plantas, chacoalhando as asas, engolindo o canto dos pássaros, destruindo a percepção de anteontem e estremecendo as pálpebras. A mão branca feito papel e recheada por um labirinto febril e nervoso que pulsa: a íris ainda é multicolor.

Petit J

http://aospecadossilencio.blogspot.com/

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