Do lindo cadáver de Heath Ledger
tomar-lhe uma rosa amarela
da flora intestinal
tocar seu lábio frio roxo-escuro com appeal
o rosto de gesso
nos longes
a ossatura quase antipática
e a prova inegável do sorriso louco
loucamente adiado adiado adiado
inevitável inevitável e adiado
do lindo cadáver de curinga
tomar-lhe o sorriso último golpe possível
roubar-lhe a rodovia
da vida
a eternidade esbelta de petter pan
e por um momento
para que todos vejam
esbofetear-lhe a cara aos risos e babas
sinceramente
do lindo cadáver que sem jeans era nada
arrancar-lhe de uma vez
a juventude inventada
transviada
desviada
a juventude e as unhas maciças de sorte
jogar gasolina sobre seu sexo
negar-lhe ouvir nature boy george david bowie
Do fantasma que ainda habita seu corpo
tomar-lhe o nácar saudade dos letreiros
a sombra o quarto o beliche os oscars
do lindo cadáver nem de deus nem do diabo
imitar-lhe a queda inerte
e morrer por um minuto enquanto ainda há tempo
e medo
como gregor samsa...
ele cansa...deita...sorri e descansa...
Marcio Cido Santos
terça-feira, 3 de fevereiro de 2009
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5 comentários:
Bravos!
Meses antes dele morrer ( suicidar-se) eu vi o trailer do Batman. Poucas imagens me espantam na arte, mas a insanidade exalada pelo Coringa me arrebatou. O detalhe é que eu não lembrava quem era "o novo coringa". Não imaginaria um rosto tão bonito sob aquela máscara...E com a morte temos uma moeda de duas faces, uma bela e outra grotesca. Qual é ficção e qual é realidade??!!
ótimo poema!
soberbo
merci pelos galanteios...ou não?rs
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