melhor, não mais concerto
para os metais das pátinas,
semeadura do avesso...
melhor, não mais concerto!
sequer cordas para o asco
(inspiração ou prática?),
nem ruína do vasto...
sequer cordas para o asco...
para cupins e traças...melhor,
nem mais concerto!
ou madeiras doentes
flautenejando o oco...
nem percussões silentes
nem madeiras doentes
para cupins e traças...
melhor, nem mais concerto!
não pense em sinfonia
em quatro roimentos...
mínima algaravia,
não pense em sinfonias...
tudo é anti-sonata
de música deserta
(a traça roeu a rima,
a traça roeu o ritmo,
a traça roeu a métrica)...
tudo é anti-sonata
de música deserta...
roendo som e escrita,
imagine-se a missa
(um monótono réquiem),
vagarosa prestíssima,
para uma orquestra afônica
(arquitessitura atônita)
de traças e cupins.
não se ouvir mastigar
(roer, roer até
os ossos do silêncio),
que este canto é calar...
melhor, não mais concerto...
cupins, traças – roendo o ar.
Rodrigo Madeira
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009
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2 comentários:
é uma referência à morte?
é?
r.m.
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