domingo, 26 de maio de 2013

O casaco da memória dá abrigo a restos manjares de ratos.
nos bolsos dos sonhos sobrou um níquel, nada além.
A manhã de sol enganador, só a umidade cortante da razão
cravando adagas de cicatrizes, sorrindo soda e ácido.
abre a porta na manhã fria e não existe uma foice sequer.
Resta resgatar dos escombros algum barro novo a espera
de um sol trôpego e desavisado que dê alguma consistência
ao barro que teima ser pedra quando é só pó.

Wilson Roberto Nogueira.

Um comentário:

Anderson Carlos Maciel disse...

Abuso de imagens cuja personalidade almejada isenta-se em significar em seu próprio fogo na fornalha de metáforas possíveis. Está muito fácil interpretar, daí a complexidade [também já exaustiva] forja planos simbólicos aleatoriamente, sem um sentimento verdadeiro da forma. Nostalgia eterna por uma capacidade não sublimada no próprio inconsciente, que deixa lapsos autômatos, ditos racionais, de imaginar a arte e seus eufemismos. Existem possibilidades infinitas para o sonho e para a realidade racional. Uma questão de certo impulso filosófico comprometido com a linguagem em estudar esses símbolos e observar-lhes sempre o comportamento na ordem metafísica do universo. Impulsionar a linguagem a expressar o real de maneira catártica, cativante, sublime é motivação também inconsciente do artista, que leva a mensagem que recebe do cosmos no labirinto de sonhos e percepção que se forma para ele como amor fluente de imagens.