a noite lá fora é distinta
da noite maníaca e cheirosa dentro da xícara.
mas a aranha a passear os móveis, mas os grilos
que parecem saltar dos meus bolsos
nivelam (ou não nivelam?) as duas noites.
então imagine que fosse
pó de café a própria terra, insone de insetos,
e que fora coado com terra, inchada de sombras e barulhos,
o café na térmica.
é o mesmo o princípio
da cafeína e dos grilos.
a xícara, com sua borra de açúcar, dorme dorme
profundo
(só quando se quebram
as coisas por um instante despertam).
partido em cacos,
sorvi toda a noite das xícaras:
é bem possível que eu não durma.
vou latejar na madrugada como uma estrela e um inseto.
Rodrigo Madeira
http://rodrigo-madeira.blogspot.com/
segunda-feira, 12 de março de 2012
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2 comentários:
:)
muito bom!
Maravilhoso!
eu não bebo café, mas, tenho procurado na terra por coisas quebradas :) e, o que tenho virado..., um dia saberei rs espero.
Saudações incentivas!
Angela G
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