sábado, 30 de janeiro de 2010
quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
Informes Poeteias
Sexta-feira, às 19:30 na CPT (Pastoral da Terra) - Rua Paula Gomes, 703 - 1o Andar (próxima a praça 19 de dezembro e ao Bar do Torto) uma reunião para a criação - se possível - de um comitê de solidariedade com o Haiti ou de ações conjuntas para ajudar os trabalhadores do país e contra a intervenção militar.
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
Homens Pássaros
a cidade sempre se refundando
das formas que geram e abrigam a algumas estranhas
aves em fios elétricos-calçadas-parapeitos
garimpam entre postes-sapatos-pneus
migalhas-pepitas-farelos e sol nas regiões postais.
investem certeiramente
aberturas adentro embaixo das marquises
buracos com mesas engorduradas de plástico
onde se fartam de casquinhas de pastel-elemento-químico-tóxico
queimado de azeite e fumaça oriental.
olhar ligeiro e atento
em varredura detecta na multidão monstro ofegante
potênciais clientes predadores algozes concorrentes vítimas
rota de fuga e mais alimento.
certa da ausência de observadores arrulham celulares
contratos de licitação para abastecimento ilícito
bocas que moem pedras para argamassa de calçamento do opulento postal
orientando o tráfego
uniformes e civis armados e flexíveis até os dentes.
participação lucro e produto
vão as aves estruturar e obrar na permanente refundação da cidade
posicionando-se em vôos curtos no sistema nervoso central
em sinapses ligeiras de gatilho cerebral
Carlos Sousa
das formas que geram e abrigam a algumas estranhas
aves em fios elétricos-calçadas-parapeitos
garimpam entre postes-sapatos-pneus
migalhas-pepitas-farelos e sol nas regiões postais.
investem certeiramente
aberturas adentro embaixo das marquises
buracos com mesas engorduradas de plástico
onde se fartam de casquinhas de pastel-elemento-químico-tóxico
queimado de azeite e fumaça oriental.
olhar ligeiro e atento
em varredura detecta na multidão monstro ofegante
potênciais clientes predadores algozes concorrentes vítimas
rota de fuga e mais alimento.
certa da ausência de observadores arrulham celulares
contratos de licitação para abastecimento ilícito
bocas que moem pedras para argamassa de calçamento do opulento postal
orientando o tráfego
uniformes e civis armados e flexíveis até os dentes.
participação lucro e produto
vão as aves estruturar e obrar na permanente refundação da cidade
posicionando-se em vôos curtos no sistema nervoso central
em sinapses ligeiras de gatilho cerebral
Carlos Sousa
sábado, 23 de janeiro de 2010
Ingratos
Abandonou Medéia,
o Jasão,
mas ela deu um jeito,
dele não precisar pagar pensão.
Abandonou Ariadne
na praia,
o imbecil do Teseu.
Bem-feito:
Bem-feito:
depois Fedra
o fodeu
Bom destino
do cafajeste; antigamente
os deuses não faziam vingar
suas sementes.
Flá Perez
quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
sábado, 16 de janeiro de 2010
Informes Po&Teias
Peço que por gentileza me ajudem a divulgar a vakinha:
Sofri um acidente retornando de um evento na madrugada do dia 04/01 e passei por uma cirurgia do úmero fraturado em três partes:isso me impedirá de cumprir certos compomissos imediatos, causando dificuldades. Enviarei um livro poemas mal_ditos por e-mail para todos que contribuirem!
Um Grande Abraço, Julio Almada
Para Ler na Íntegra e Contribuir:
http://www.beira-do-caminho.blogspot.com/
domingo, 10 de janeiro de 2010
sábado, 9 de janeiro de 2010
Aquicidades & Presságios
as casas lado a lado
sempre coordenadas, seus muros assindéticos
dentro delas pessoas estão
e são
uma ao lado da outra
seus cães latem a mesma língua
nos quintais enumerados
casas imóveis lado a lado
eis que os arranha-céus
empilham camas fogões banheiros
dentro deles pessoas esperam
vão lado a lado no elevador
estão mais longe, decididas
seus cães latem nos sonhos
nas varandas monossilábicas
resumo das mesmas casas hirtas
arrumadas nas prateleiras
confusas pombas da vila mariana
pousam newtonianas em cercas elétricas dos condomínios
na plenatodavia 23 de maio
joão e maria seguem o rastro de cimento [a bruxa repousa na fábrica]
mas pássaros de aço que ninguém vê comeram a pista e ambos
se perdem à esquerda à esquerda na noite da usp
velhas velhinhas highlanders plantam adagas de desejo
na florestinha da praça da república
o chafariz cospe um saara
velhas velhinhas marginais
sonham os vãos azuis entre os arcos da ponte que um dia haverá
natasha, aquela flor da são joão
natasha, aquela flor e só ela sabia
que o amor é um fantasma
─ só aparece nas fotos
o shopping de quatro andares nova arca
no túmulo do insepultado homem-máquina de sobrevivência
enquanto o memorial da barra funda se disfarça em cenário
de stanley kubrik
[as velhinhas riem suas bocas.com]
no lotação liberdade poucos majores
moças policísticas de santo amaro traspassam as sagradas famílias
e penetram gozosas o colégio dante
de onde se ouve o choroso canto pedagogo
da polimórfica zona leste polissíndetos polissíndetos forever
─ com quem aprendeste a soberba, moça do itaim?
─ com bichos que andam fora do butantã . [aplausos no morumbi]
fantasmas sem nome escoram os paredões do copom
mas se distraem com a poesia bem feita do poeta eleitoral
caem tijolos e palavras e cabelos da cabecidade
ímãcidade
a vila sem carnaval se abre
hímencidade
são bento passa a língua na galeria pajé
fuga-cidade
o rapaz doente na fila do hc compra um picolé
priva-cidade
que tecido se rasga sobre a pele da urbe turva
traje-cidade
que morre na renascença e na catedral plastificada
o coletor de lixo mistura as sobras de itaquera
com as do palácio episcopal
comicidade
[as velhinhas riem suas bocas.com / ou são as araras do bispo?]
o coletor de lixo sonha reinterpretar as refeições
no caminhão intestino exposto da cidade
as voracidades voracidades voracidades voracidades
reciclam os sonhos do coletor
sem tênis adequado em vias destecnológicas
caminham prostitutas prostitutos caminham
uniformizados oficiais orgânicos
sua saga-cidade
saga-cidade
saga-cidade
saga-cidade
sagacidades
Marcio Branquinho e/ou Boy Interrupted
sempre coordenadas, seus muros assindéticos
dentro delas pessoas estão
e são
uma ao lado da outra
seus cães latem a mesma língua
nos quintais enumerados
casas imóveis lado a lado
eis que os arranha-céus
empilham camas fogões banheiros
dentro deles pessoas esperam
vão lado a lado no elevador
estão mais longe, decididas
seus cães latem nos sonhos
nas varandas monossilábicas
resumo das mesmas casas hirtas
arrumadas nas prateleiras
confusas pombas da vila mariana
pousam newtonianas em cercas elétricas dos condomínios
na plenatodavia 23 de maio
joão e maria seguem o rastro de cimento [a bruxa repousa na fábrica]
mas pássaros de aço que ninguém vê comeram a pista e ambos
se perdem à esquerda à esquerda na noite da usp
velhas velhinhas highlanders plantam adagas de desejo
na florestinha da praça da república
o chafariz cospe um saara
velhas velhinhas marginais
sonham os vãos azuis entre os arcos da ponte que um dia haverá
natasha, aquela flor da são joão
natasha, aquela flor e só ela sabia
que o amor é um fantasma
─ só aparece nas fotos
o shopping de quatro andares nova arca
no túmulo do insepultado homem-máquina de sobrevivência
enquanto o memorial da barra funda se disfarça em cenário
de stanley kubrik
[as velhinhas riem suas bocas.com]
no lotação liberdade poucos majores
moças policísticas de santo amaro traspassam as sagradas famílias
e penetram gozosas o colégio dante
de onde se ouve o choroso canto pedagogo
da polimórfica zona leste polissíndetos polissíndetos forever
─ com quem aprendeste a soberba, moça do itaim?
─ com bichos que andam fora do butantã . [aplausos no morumbi]
fantasmas sem nome escoram os paredões do copom
mas se distraem com a poesia bem feita do poeta eleitoral
caem tijolos e palavras e cabelos da cabecidade
ímãcidade
a vila sem carnaval se abre
hímencidade
são bento passa a língua na galeria pajé
fuga-cidade
o rapaz doente na fila do hc compra um picolé
priva-cidade
que tecido se rasga sobre a pele da urbe turva
traje-cidade
que morre na renascença e na catedral plastificada
o coletor de lixo mistura as sobras de itaquera
com as do palácio episcopal
comicidade
[as velhinhas riem suas bocas.com / ou são as araras do bispo?]
o coletor de lixo sonha reinterpretar as refeições
no caminhão intestino exposto da cidade
as voracidades voracidades voracidades voracidades
reciclam os sonhos do coletor
sem tênis adequado em vias destecnológicas
caminham prostitutas prostitutos caminham
uniformizados oficiais orgânicos
sua saga-cidade
saga-cidade
saga-cidade
saga-cidade
sagacidades
Marcio Branquinho e/ou Boy Interrupted
nota de viaje
en este cuarto oscuro y cerrado
donde el único río
es la posibilidad
de un grifo abierto
cada palabra tuya
desnuda como piernas
casi indistinta
es breve y fresca brisa
de las ramblas de tus labios
montevideo, 02/01/2010
Rodrigo Madeira
donde el único río
es la posibilidad
de un grifo abierto
cada palabra tuya
desnuda como piernas
casi indistinta
es breve y fresca brisa
de las ramblas de tus labios
montevideo, 02/01/2010
Rodrigo Madeira
quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
segunda-feira, 4 de janeiro de 2010
Diagnóstico
Ela é uma mulher muito ocupada.
Acorda, olha através,
além dos olhos da vidraça.
E se esforça,
antes que lhe escape o mote,
em pensar algo
que lhe baste um pouco
- quem sabe um choque
nos que esperam mais
dessa mulher muito ocupada
e forte -
Cansam-me sóis repetidos,
vidraças, garoas, edifícios...
O dia vai administrá-la
mal vestí-la,
agendá-la
comê-la rápido no drive-thru da esquina.
Mas ela chega em casa
e ainda precisa aproveitar a noite
para se encher de olheiras
e copiar os mortos
(phodiam mais que ela).
Não é à toa que entre seus dedos
caibam apenas
vidraças repetidas, frias,
novamente sóis, estrelas,
luzes da cidade
e espera.
Flá Perez
Acorda, olha através,
além dos olhos da vidraça.
E se esforça,
antes que lhe escape o mote,
em pensar algo
que lhe baste um pouco
- quem sabe um choque
nos que esperam mais
dessa mulher muito ocupada
e forte -
Cansam-me sóis repetidos,
vidraças, garoas, edifícios...
O dia vai administrá-la
mal vestí-la,
agendá-la
comê-la rápido no drive-thru da esquina.
Mas ela chega em casa
e ainda precisa aproveitar a noite
para se encher de olheiras
e copiar os mortos
(phodiam mais que ela).
Não é à toa que entre seus dedos
caibam apenas
vidraças repetidas, frias,
novamente sóis, estrelas,
luzes da cidade
e espera.
Flá Perez
sexta-feira, 1 de janeiro de 2010
Agropsico Fenomenologia
Por quanto o ar
é alimento
saudável do fogo
E o equilíbrio
tem seu devido
valor no transtorno
Côlho fruto ao qual
sou fértil solo
e aguardo;
Inesperamente insólito
Ricardo Pozzo
é alimento
saudável do fogo
E o equilíbrio
tem seu devido
valor no transtorno
Côlho fruto ao qual
sou fértil solo
e aguardo;
Inesperamente insólito
Ricardo Pozzo
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