Você ama o rebuliço da paixão
que faz a vida parecer extraordinária.
A incerteza, o abismo sob seus pés
lhe abrem as asas imaginárias.
Tecido vivo, de sensações e sentimentos,
com as quais você se eleva
do chão, acima da tensa claridade,
para o seio misterioso da treva.
Onde a nudez da vida é dissimulada
pelo desejo, solvente universal da trama
inexorável que é a vida cujo fim se sabe.
E antes que você desabe, abraça o drama
da existência permeada de insatisfação.
Na ilusão de que o que lhe consome
é fruto da escolha entre a fartura insossa
e um instigante morrer de fome.
Iriene Borges
sexta-feira, 25 de julho de 2008
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5 comentários:
Tullio
Prometido e cumprido.
Luminoso e sombrio. Profundo, profano, saboroso.
Sucesso!
Profano???
Adorei isso!
Obrigado Angela.
este poema me comove e ilumina os nervos
já viu se pedir bis do apetite antes do prato? consumir a véspera do gosto tendo a água na boca dos olhos? tá vendo agora! jejum privilegiado de imagens pra encher a alma. De fome.
bjo
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