terça-feira, 12 de julho de 2016

eu nos teus olhos me escondo 
me escoro no negror do teu mirar 
e me banho nas tuas pupilas. 
Tu se  cobre com meu corpo 
mas sou eu que me aqueço. 
Só um sopro e tu desapareces 
quando desaba bêbada a manhã. 
Foi um sonho sonhado a dois
eu e a loira gelada.
Tudo que vive em mim está morto 
na pálida lembrança de uma fêmea 
fumando falo com porra e sangue; 
aspirando a fumaça do que sobrou 
do homem mirando o vazio ao procurar 
a  si dentro do útero da morte.  
A vida dançava viciada 
no olhar pálido do desejo 
mascarado no teatro do sangue 
aquecido na chama fria sobre a cama 
-platéia silenciosa das representações a represar 
dores antigas nas âncoras dos olhares ausentes.  
Trepar, não pude, pois estava morto antes como agora 
só ela respirou na boca do músculo bêbado de pecado. 

"Se beber não transe." 

Wilson Roberto Nogueira 

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