me escoro no negror do teu mirar
e me banho nas tuas pupilas.
Tu se cobre com meu corpo
mas sou eu que me aqueço.
Só um sopro e tu desapareces
quando desaba bêbada a manhã.
Foi um sonho sonhado a dois
eu e a loira gelada.
Tudo que vive em mim está morto
na pálida lembrança de uma fêmea
fumando falo com porra e sangue;
aspirando a fumaça do que sobrou
do homem mirando o vazio ao procurar
a si dentro do útero da morte.
A vida dançava viciada
no olhar pálido do desejo
mascarado no teatro do sangue
aquecido na chama fria sobre a cama
-platéia silenciosa das representações a represar
dores antigas nas âncoras dos olhares ausentes.
Trepar, não pude, pois estava morto antes como agora
só ela respirou na boca do músculo bêbado de pecado.
"Se beber não transe."
Wilson Roberto Nogueira
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