Três caras pararam o automóvel ao meu lado e saíram gritando:
- Perdeu, playboy! Pode ir passando o dinheiro e o telefone!
Eu, num arroubo de coragem e tentativa de esquiva lírica respondi:
- Playboy nada, rapá! Sou poeta.
Então o porta voz da empreitada tranquilizou-se e disse:
- Ele é poeta, malandrage, então tá com sorte hoje, não vamos mais te roubar, vamo é te bater pra largar mão de ser besta. Onde já se viu poesia ser profissão agora... pra ter este telefoninho de merda...
Aí, possuído de uma dose extra do arroubo, respondi:
- Oras, se vocês são ladrões de profissão, por que não posso ser poeta? Além do mais os poetas também são ladrões, ladrões de fogo, nunca leram Rimbaud?
Respondeu ele:
- Ler não li, mas quando era piá vi todos os filmes dele... tá bom, então pela consideração à camaradage profissional não vamos mais te bater... passa o dinheiro e o telefone...
Ricardo Pozzo
Crisis capitalism
Há 12 minutos
4 comentários:
Conheci você em sociologias tais, sem o critério para "camuflar-se", em que desafiava assim a ignorância em sua abordagem totêmica. A história se deu de fato ou é invenção? As madrugadas nas quais trocamos idéias foram labirintos da violência em que só a existência de um Criador e um exército de anjos nos protegiam do perigo. Sexo, drogas e nada de rock and roll ou qualquer arte, apenas possibilidades e recortes grotescos de real. Cópias suas, minhas, de outros... arremedos de artistas que os parasitam chamando de loucos, - verdadeiros psicopatas( en soi même) - Assisti às suas fases pelas fotos nos últimos anos. Fiquei feliz por haver encontrado você com uma galera do bem nos takes. Preocupava-me com seus devaneios estéticos, achando ser intervenção artística um acidente de sociologia criminal pragmática, com todas as suas conclusões. Daqui para frente só alegrias em nossas vidas e menos perigos e acidentes de percurso. Muita arte, beleza e catarse! Abertas as portas da percepção, o passo seguinte é consolidar a moderação e atingir a ataraxia e a felicidade.
Escrevam mais, o blog www.aedoscuritibanos.blogspot.com está com produção entrópica interessante. Escrevendo, errando, acertando é que se encontra a fórmula para uma produção consistente e menos aliciadoras do gosto. Uma brincadeira que faz passar o tempo, entretém e educa. Levando muito amor aos corações de quem é realmente carente dele.
Luz e paz aos vossos intelectos em uma nova consciência cósmica do novo tempo. Humanismo grego e justa medida da razão a compor uma métrica da palavra que não despreze o que o coração sente.
www.aedoscuritibanos.blogspot.com está fervendo de sinestesias simbióticas oportunas em êxtase remoto de egos mais corajosos em expor sentimentos delicados e suaves. Gostaria de ver mais experiências de surreais sociologias rosáceas em ode ao bom-senso desenvolvido no curso de anos que sustentou a abordagem totêmica dos artistas por ora em redes de televisão, jornais e sítios virtuais refratários à delicadeza dos poetas e, obviamente, poetizas. Literatura afim precisa ser delicada, suave e sutil como a pluma que a RPC não tem coragem de expor sobre a matriz da pornochanchada para crianças em rede nacional. Estariam os poetas curitibanos pensando em tranformar os risíveis canais abertos em polos de divulgação da cultura e do bom gosto? Meu paladar para tótens roots reggae da Babilônia devassa da Rede Globo interessados em holofotes em corpos exaustos de pecado e futilidade e superficialidade artística, arremessam setas apolíneas Nietzcheanas da crítica em delicadeza jamais experienciada em algo tão rígido e sólido como literatura afim.
Bom dia e sucesso ao blog. Pó e teias no televisor, também nos livros não mais abertos. Também sou culpado... Amor universal e consciência cósmica de um novo amanhã humanista grego, com deuses gregos, musas gregas e roots reggae rastafari e muita diversão de qualidade para as novas gerações da mídia alternativa, que parece esquecer-se de sua essência intelectual combativa!
Sim, foi um fato! Mas está romanceado.
abraços, Anderson!
RP
Dinheiro parece não ser o vosso problema. Carinhos suaves na pena sem fim para vocês. Sutis como a lágrima no escuro de templos, pelo descaso político do poder da mídia. Abro essas revistas comerciais por aí, imagino o processo da escrita: - preenchem páginas - não é bem o que eu quero. Tampouco magoar pessoas como você com a instabilidade também heraclítica de meu coração, por sua vez.
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