Nós que ouvimos por sobre
as cabeças o relinchar do morteiro
que lemos o futuro nas tripas
dos nossos
Que cheiramos as latrinas do espírito
que tocamos o tremor da pedra
como a um coração desesperado
Que lambemos o mijado ventre
da terra que persistimos apesar de tudo
e de nós próprios
Somos os que ainda permanecem
em giletes os que ainda têm
pupilas como estilhaços candentes
aqueles que às vezes continuam se
arrastando pela noite
os que ainda sonham
em regressar algum dia
Gustavo Caso Rosendi/ tradução Ricardo Pozzo
Nosotros que escuchamos sobre
las cabezas el relincho del mortero
que leímos el porvenir en las tripas
de los nuestros
Nosotros que olimos las letrinas del espíritu
que tocamos el temblor de la piedra
como un corazón desesperado
Nosotros que lamimos el meado vientre
de la tierra que persistimos pese a todo
y a nosotros
Somos los que aún permanecemos
en cuclillas los que todavía tenemos
las pupilas como esquirlas candentes
los que a veces nos seguimos
arrastrando por la noche
los que todavía soñamos
con regresar algún día
Gustavo Caso Rosendi
quarta-feira, 31 de dezembro de 2014
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Um comentário:
Se fóssemos mais humildes seríamos medíocres na palavra. Então proliferamos egos de maneira assindética para não comprometer a ortografia da história brasileira. Passar a limpo? May be... Por ora ficamos nós jovens intelectuais abandonados e carentes de tal sensibilidade da pena do bom escritor. Estamos egajados, felizmente em transcender os limites da liberdade antagônica, quiçá anacrônica, de palavras imperitas que causam tamanho olor anti-democrático. Repito, antagônico aos nosso preâmbulos da gênese da moral na democracia brasileira... Os poemas quebram nossos sensíveis galhinhos na presente intelectualidade Curitibana de elite dos imortais da palavra de esmeraldas húmidas.
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