terça-feira, 12 de agosto de 2014

Que nível de pureza e sabedoria devemos atingir para aniquilar o embalsamento da alma?
Mantê-la divina e imortal sem carregar o peso tirânico da efemeridade, livre dos erros da ignorância, dos receios e das paixões do corpo.
O quê devemos escolher, até onde podemos ir para encontrar um equilíbrio entre o visível e o invisível, para que não haja um dominador e um escravo?
Parece-me certo privilegiar o simples, o indissolúvel, o imutável; e refrear os prazeres de sensível que se dissolve, se desfaz, do que se corrompe em cadáver.
Devo afastar-me de todo e qualquer vício, de tudo que embriaga a alma fazendo crer que nada existe além de físico, do que se pode ver ou tocar.
Uma alma assim mescla-se ao corpóreo e se afasta do obscuro e divino, e o corpo será um invólucro pesado que a carregará ao mundo terrestre, perdendo a liberdade e a pureza que lhe é natural e íntima, seguindo caminhos ilusórios que são percebidos pelos olhos, ouvidos e outros sentidos.
Da voluptuosidade dos prazeres e tristezas, dos desejos e medos, vem as enfermidades e misérias.
E cada satisfação e tristeza fixa a alma ao corpo e a torna material, fazendo-a crer na ignorância e na escravidão do vício.
Devo manter as paixões em perfeito equilíbrio e ter a razão como guia. Manter o divino e o imutável para me libertar dos males que atormentam a natureza humana.
Assim não serei dissolvida por crenças vulgares, nem corrompida pela mediocridade de pensamentos destituídos de valores, de solidez, que se preocupam em impor a própria opinião ao invés de aprender.
É necessário convencer a mim, e não aos outros!


Deisi Jaguatirica

Um comentário:

Anderson Carlos Maciel disse...

Deisi. Linda, amei vossas linhas esclarecedouras da alma. Espero mais e mais poemetos e sonetos de tão grande magnificência intelectual Curitibana.

De seu fiel filósofo.

Anderson Carlos Maciel